Al-Kadhimi saiu ileso. Mais tarde, ele apareceu na televisão iraquiana, sentado atrás de uma mesa de camisa branca, parecendo calmo e composto. A sua mão esquerda parecia ter um penso. Um assessor confirmou um corte leve.
“Ataques cobardes de foguetes e drones não constroem pátrias e não constroem um futuro”, disse ele. Mais tarde no domingo, recebeu o presidente iraquiano Barham Salih e liderou uma reunião de segurança do governo.
Moradores de Bagdad ouviram uma explosão seguida de pesados tiros vindos da direção da Zona Verde, que abriga embaixadas e escritórios do governo. Fotos mostraram os danos na residência de al-Kadhimi, incluindo janelas quebradas e portas arrancadas das suas dobradiças.
Grupos armados
Não houve nenhuma reivindicação do ataque, mas as suspeitas imediatamente recaíram sobre as milícias apoiadas pelo Irão que haviam atacado al-Kadhimi publicamente e feito ameaças.
O Conselho de Segurança Nacional do Iraque emitiu um comunicado culpando “grupos armados criminosos” pelo ataque, dizendo que esses grupos interpretaram erroneamente a moderação e o profissionalismo do governo como fraqueza e agora têm como alvo o governo iraquiano e seus símbolos. O governo diz que está a investigar e vai responsabilizar os autores.
O governo iraquiano usa o termo grupos armados criminosos para se referir às milícias apoiadas pelo Irão. Esses grupos têm como alvo bases americanas no Iraque com ataques de drones. Mas vários emitiram comunicados tentando se distanciar do ataque.
O ataque a al-Kadhimi ocorreu numa altura de impasse entre as forças de segurança e as milícias xiitas pró-Irão, cujos apoiantes acamparam na Zona Verde, por quase um mês, após rejeitarem os resultados das eleições parlamentares do Iraque, nas quais perderam cerca de dois terços dos seus assentos.