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    Investimento em energia limpa deverá ser o dobro dos combustíveis fósseis em 2024, diz a AIE

    O investimento global em energia limpa deverá atingir 2 trilhões de dólares em 2024, quase o dobro do montante destinado aos combustíveis fósseis, ajudado pela melhoria das cadeias de abastecimento e pela redução dos custos das tecnologias limpas, de acordo com o relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) sobre Investimento Mundial em Energia.

    O novo relatório alerta, no entanto, que ainda existem grandes desequilíbrios e lacunas nos fluxos de investimento energético em muitas partes do mundo. Destaca o baixo nível de gastos com energia limpa nas economias emergentes e em desenvolvimento (fora da China), que deverá ultrapassar pela primeira vez os 300 mil milhões de dólares – liderados pela Índia e pelo Brasil. No entanto, isto representa apenas cerca de 15% do investimento global em energia limpa, muito abaixo do que é necessário para satisfazer a crescente procura de energia em muitos destes países, onde o elevado custo do capital está a atrasar o desenvolvimento de novos projectos.

    Além dos desafios económicos, as redes e o armazenamento de eletricidade têm sido um constrangimento significativo às transições para energias limpas. Mas os gastos com redes estão a aumentar e deverão atingir os 400 mil milhões de dólares em 2024, tendo ficado estagnados em cerca de 300 mil milhões de dólares anuais entre 2015 e 2021. Entretanto, os investimentos no armazenamento de baterias estão a arrancar e deverão atingir os 54 mil milhões de dólares em 2024, à medida que os custos caem ainda mais. Mais uma vez, estas despesas são altamente concentradas. Por cada dólar investido em armazenamento de baterias nas economias avançadas e na China, apenas um cêntimo foi investido noutras economias emergentes e em desenvolvimento.

    Uma acusação comum é que o custo da mudança para energias renováveis tornará a energia mais cara e potencialmente inacessível para pessoas e famílias com baixos rendimentos.

    Um novo relatório da AIE mostra que isto não é verdade e que, pelo contrário, acelerar a mudança para tecnologias de energia limpa melhora a acessibilidade da energia e pode aliviar as pressões sobre o custo de vida de forma mais ampla.

    Em muitos casos, as soluções de energia limpa já são mais competitivas em termos de custos ao longo da sua vida útil do que aquelas que dependem de combustíveis convencionais como o carvão, o gás natural e o petróleo. Por exemplo, a energia solar fotovoltaica e a eólica são as opções mais baratas para a nova geração.

    Os benefícios de uma transição energética mais rápida e da quota crescente de energias renováveis – como a solar e a eólica, que têm custos operacionais mais baixos do que as alternativas de combustíveis fósseis – seriam repercutidos nos consumidores.

    O relatório, Estratégias para Transições de Energia Limpa Acessíveis e Justas da AIE, conclui que os incentivos e um maior apoio, especialmente direcionados às famílias mais pobres, podem melhorar a adoção de tecnologias de energia limpa. Isto permitiria que todos os consumidores, especialmente os mais desfavorecidos, colhessem plenamente os benefícios destas tecnologias e as poupanças de custos, apoiando ao mesmo tempo os esforços para alcançar os objetivos internacionais em matéria de energia e de clima.

    O relatório apresenta uma série de medidas, com base em políticas comprovadas de países de todo o mundo, que os governos podem implementar para tornar as tecnologias limpas mais acessíveis a todas as pessoas. Estas incluem, nomeadamente, a disponibilização de programas de modernização da eficiência energética para famílias de baixos rendimentos ou a obrigação dos serviços públicos financiarem pacotes de aquecimento e arrefecimento mais eficientes.

    A eficiência energética é uma das soluções mais rentáveis para expandir o acesso à energia limpa. No continente africano, é urgentemente necessário aumentar a eficiência energética e o investimento para proporcionar uma transição energética justa e centrada nas pessoas.

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