A representante da Organização Internacional das Migrações em Cabo Verde, Quelita Gonçalves, assumiu que os números dos migrantes têm estado a aumentar, admitindo que as autoridades saberão tomar a decisão no momento certo.
“Nós já vimos que os números têm aumentado (…] agora é uma questão de ponderar. Perceber até que ponto é necessário. Estou certa que, no momento oportuno, o executivo poderá decidir positivamente para ter um centro, caso for necessário”, notou.
Todavia, a responsável considera ser prematura a instalação em Cabo Verde de um Centro de Acolhimento de Migrantes.
“É muito prematuro, neste momento, assumirmos que a solução para por termos um centro de Acolhimento”, garantiu.
A representante da Organização Internacional das Migrações em Cabo Verde, Quelita Gonçalves, falava à televisão pública cabo-verdiana, na sequência do pedido- feito pelo presidente da Plataforma das Associações das Comunidades Africanas residentes em Cabo Verde- para a instalação de um centro de acolhimento de migrantes.
Também o Governo, através do ministro da Administração Interna, já tinha vindo a público dizer que o país não tem condições e nem intenção de instalar Centro de Acolhimento permanente de migrantes.
A Organização Internacional das Migrações considera que a rota marítima pelo Oceano Atlântico tem sido um problema preocupante, com 324 mortos ou desaparecidos entre 1 de Janeiro e 17 de Agosto deste ano, excluindo o naufrágio em Cabo Verde.
Em 2022, 327 mortos ou desaparecidos foram registados no mesmo período e 559 durante todo o ano, incluindo 22 crianças.
A rota da África ocidental é perigosa, especialmente sem monitorização e busca e salvamento adequados levando a náufragos inviáveis, segundo a OIM, que aponta ainda que muitos arriscam jornadas perigosas ou caem nas mãos de traficantes.