Um tribunal do Ruanda condenou a proeminente influenciadora digital e sobrevivente do genocídio de 1994 Yvonne Idamange a 15 anos de prisão por alegada “incitação à violência”, depois de ter criticado o Presidente Paul Kagame no seu canal no Youtube.
Idamange acusou Kagame e o seu Governo de promover “a ditadura e de explorar o genocídio sem dar bem-estar suficiente aos sobreviventes”.
A mãe de quatro filhos, de 42 anos, que não estava no tribunal no momento da leitura do veredicto, foi condenada por seis acusações e multada no equivalente a dois mil dólares
Idamange, que sobreviveu ao genocídio de 1994, foi presa em Fevereiro por, segundo a polícia, “exibir um comportamento que mistura política, criminalidade e loucura”.
O canal de Idamange no YouTube tem 18.900 assinantes e uma média de 100 mil visualizações por vídeo.
A influenciadora acusou o tribunal de parcialidade e boicotou procedimentos em Junho, depois que o seu pedido para que o julgamento fosse transmitido online foi rejeitado pelo tribunal.
Em Março, a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch denunciou a prisão oito pessoas que fizeram comentários sobre a situação política do país.
O poeta Innocent Bahati, que publicou os seus poemas no YouTube, está desaparecido desde 7 de Fevereiro de 2021.