O Papa Francisco apelou esta quarta-feira, 04 de Setembro, em Jacarta, Indonésia, ao “reforço do diálogo inter-religioso” para “combater o extremismo e a intolerância”. Palavras do líder da Igreja Católica na abertura da sua deslocação à região Ásia-Pacífico.
O diálogo inter-religioso é um dos principais temas da visita de três dias de Francisco à Indonésia. Amanhã o Papa tem encontro marcado com representantes das seis confissões oficialmente reconhecidas no país.
Durante um discurso no palácio presidencial, o sumo pontífice sublinhou que o diálogo inter-religioso é “indispensável para enfrentar os desafios comuns, incluindo o de combater o extremismo e a intolerância, que – ao distorcer a religião – tentam impor-se através da fraude e da violência”.
O arquipélago de 17.500 ilhas abriga a maior população muçulmana do mundo (242 milhões, ou 87% dos habitantes), para cerca de oito milhões de católicos (menos de 3%).
O Papa argentino de 87 anos, sorridente e de aparente boa forma, foi recebido pelo Presidente indonésio Joko Widodo, com quem teve uma conversa privada.
A Indonésia tem enfrentado o extremismo islâmico nas últimas décadas. Em 2002, atentados com bomba na ilha turística de Bal causaram 202 mortos.
Esta manhã, Francisco abordou a taxa de natalidade na Indonésia, voltando ao debate sobre a parentalidade: “No vosso país, as pessoas têm três, quatro ou cinco filhos, é um exemplo. Noutros países preferem ter apenas um gato ou um cão pequeno. Isso não pode acabar bem.”
A deslocação de Francisco ao Sudeste Asiático e Oceania estava inicialmente prevista para 2020, foi adiada devido à pandemia de Covid-19. Após Paulo VI em 1970 e João Paulo II em 1989, Francisco é o terceiro Papa a visitar o país.
Francisco é esperado na sexta-feira, 06 de Setembro, na Papua-Nova Guiné, depois no Timor-Leste e em Singapura, onde concluirá no dia 13 de Setembro uma viagem de 32.000 km, a mais longa desde a sua eleição em 2013.
Por RFI / AFP