Os bispos católicos moçambicanos mostraram-se este sábado preocupação perante ao aumento de ataques terroristas em Cabo Delgado. A Igreja católica considera que o governo precisa de criar condições para que os jovens não se filiem a grupos armados.
A Igreja católica condena a adesão de jovens aos grupos terroristas. Nos últimos três anos os insurgentes protagonizam actos de terror em vários distritos da província de Cabo Delgado, rica em recursos naturais.
“Muitas vezes, os nossos jovens parecem estar entregues a si mesmo. Não há oportunidades de se construir uma vida digna, sentem que a sociedade e quem toma das decisões ignoram o seu sofrimento”, descreve Dom João Carlos, o porta-voz do Conselho Episcopal de Moçambique.
Mas nada justifica os actos de terror que ocorrem em Cabo Delgado, condena a Igreja Católica. Os últimos ataques a vila de Palma foram registados no dia 24 de Março.
“Pessoas indefesas estão a ser mortas, feridas e abusadas. Eles vêem os seus bens pilhados, a intimidade dos seus lares violados”, condena.
Na sua declaração final da primeira sessão plenária este ano, na capital moçambicana, o Conselho Episcopal considerou que a descoberta de recursos naturais na província de Cabo Delgado está a ser uma maldição.
Várias empresas de Pemba, no norte de Moçambique, estão a encerrar por causa da instabilidade na região e muitas pessoas estão a afastar-se da cidade. Depois da retirada da Total, os negócios estão em queda e o movimento no porto de Pemba caiu em 30%. Há muitas dúvidas quanto à capacidade de avançar com o mega projecto de exploração de gás.