A Igreja Evangélica Congregacional em Angola (IECA) manifestou hoje, sexta-feira, “gratidão” ao Presidente da República, João Lourenço, pela construção do Campus Universitário da Missão do Dôndi, no município do Cachiungo, província do Huambo.
Numa mensagem apresentada pelo secretário da IECA na província do Huambo, Reverendo Gilberto Jamba Ndunduma, durante a visita da Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, as obras do Campus Universitário da Missão Evangélica do Dôndi, a Igreja Congregacional agradece por beneficiar de um importante espaço de ensino para os seus filhos e para as futuras gerações.
“Temos a plena certeza de que se não fosse o apoio do Presidente da República, João Lourenço, deixando apenas a igreja a construir com os poucos recursos que tem, a obra levaria muito mais tempo e as gerações estariam arrojadas à sua sorte (…)”, vincou o religioso.
Acrescentou que para a construção da infra-estrutura, orçada em seis mil milhões de Kwanzas, a IECA destaca o mérito do Presidente da República, João Lourenço, e do Executivo, que tem prestado um trabalho útil para sociedade, pois a obra vai conferir um futuro promissor para o país.
Afirmou que a infra-estrutura abre uma nova página no que o Ensino Evangélico diz respeito, tendo em conta necessidade de se resgatar os valores e princípios éticos e morais que, ainda, estão perdidos na sociedade angolana.
O reverendo Gilberto Jamba Ndunduma informou que a obra, iniciada a 15 de Agosto de 2022, com a conclusão inicial de um ano, sofreu uma prorrogação de três meses no prazo de execução e um aumento na ordem de 3.75 por cento no custo da empreitada, sendo que o Governo angolano pagou, até ao momento, 42 por cento do valor total do contrato.
Por isso, solicitou, dentro dos bons ofícios do Executivo angolano, a cabimentação financeira para a conclusão das obras e um valor financeiro na ordem de três mil milhões para o apetrecho de todos os edifícios e laboratórios e uma dotação orçamental de 50 milhões/mês, para o início das aulas.
Revelou que as duas primeiras fases para a legalização do Campus Universitário já foram concluídas, faltando apenas a última etapa que tem que ver com aprovação do Conselho de Ministros, numa altura em que o maior desejo passa em iniciar com as aulas no ano académico 2024.
Trata-se de uma infra-estrutura com 40 salas de aula, com um número de estudantes estimados em cinco mil 400, ao passo que o de professores ronda em 150, com a previsão de contar com oficinas e faculdades para o ensino da Teologia, Silvicultura, Agronomia, Ciências de Saúde (Enfermagem Geral e Análises Clínicas) e da Educação (Biologia, Psicologia e Física).
Com a construção da primeira fase prevista Dezembro próximo, o projecto terá, igualmente, edifícios residenciais para professores e funcionários não docentes, laboratórios, quadras desportivas, internatos (masculino e feminino), bibliotecas físicas e virtuais, com a capacidade para mil 500 alunos, o mesmo que se prevê para a segunda fase.
O religioso indicou o projecto como um desafio bastante ambicioso, que vai contribuir para a formação superior dos jovens locais, muitos deles de famílias de baixa renda, por se tratar de uma universidade com vocação rural.
Referiu que a futura cidade universitária vai contribuir, significativamente, para a promoção do desenvolvimento socioeconómico do município do Cachiungo, ao proporcionar o ensino superior de qualidade aos jovens locais que, depois de concluírem o ensino médio, são obrigados a se deslocar para as cidades do Huambo e da Caála para darem continuidade aos estudos.
Nesta vertente, manifestou o desejo de a IECA continuar a ser parceria privilegiada do Estado angolano para o desenvolvimento das comunidades.
Missão do Dôndi
A respeito da Missão, o secretário da IECA disse que a instituição elevada, recentemente, para património de histórico-cultural nacional opera dentro da direcção geral da IECA, que resume na edificação de uma sociedade mais justa, fundamentada em princípios morais e bíblicos, rumo a um mundo melhor para todos.
Acrescentou que a mesma é, fundamentalmente, vocacionada na formação integral de homens e mulheres na vertente Teológica de pastores, assim como da Agricultura e Pecuária a toda comunidade local, numa altura em se debate com a falta de energia eléctrica, água potável, transportes e ambulância para o hospital missionário.
Caracterização
Com mais de três mil metros quadrados, a Missão do Dondi, localizada no município do Cachiungo, 64 quilómetros a Leste da cidade do Huambo, tornou-se, a 18 de Abril de 2022, na primeira arquitectura religiosa desta região do Planalto Central de Angola, com o estatuto de património histórico-cultural nacional.
Considerada como uma das principais referências da evangelização e berço da formação de quadros em Angola, a missão fundada a 05 de Outubro de 1914, com duas instituições de ensino, o Seminário Evangélico Emanuel do Dondi, vocacionado à formação de pastores de nível médio, e Instituto Currie e a escola Means, para a formação comunitária, a mesma forjou vários quadros, do ponto de vista religioso e social.
Entre os estudantes do fórum religioso destaca-se figuras como dos secretários-gerais eméritos da IECA, José Belo Chipenda, Augusto Chipesse e do actual André Cangovi Eurico, para além da secretária-geral do Conselho de Igrejas Cristãs em Angola (CICA), Deolinda Dorcas Teca.
A par da vertente teológica e académica, a mesma, que teve o bispo emérito da Igreja Metódista Unida, Emílio de Carvalho, como um dos reitores, promovia a formação técnico-profissional nas áreas agro-pecuária, carpintaria, serralharia, marcenaria e artes domésticas, para o caso das mulheres, para além ainda do histórico de, no passado, servir de fonte no recrutamento de funcionários para os Caminhos-de-Ferro de Benguela, sobretudo, para o caso de escriturários dactilógrafos, sempre que àquela instituição do sector dos transportes necessitasse. ALH/vm