RFI | João Matos
O gigante chinês das telecomunicações Huawei, apresentou esta sexta-feira, ao público o seu sistema de exploração para os telefones smartphones e outros dispositivos móveis que baptizou Harmony OS. Uma estratégia para contornar as sanções americanas que impedem o acesso da empresa chinesa a tecnologias fundamentais como Android do Google. Mas Washington já disse que vai manter as sanções.
O grupo chinês das telecomunicações Huawei divulgou hoje o seu próprio sistema de exploração destinado aos smartphones e outros telemóveis, baptizado Harmony OS, quando as ameaças comerciais impostadas em maio por Washington continuam com os americanos a reduzir o acesso do grupo das telecomunicações Huawei a tecnologias essenciais como o Android de Google.
“Harmony OS é completamente diferente de Android e de iOS”, declarou Richard Yu, responsável das Relações Públicas de Huawei, evocando os sistemas desenvolvidos pela filial de Alphabet e por Apple.
“Pode-se desenvolver as aplicações uma vez e depois instalá-las de modo flexível em diferentes telemóveis”, declarou durante uma conferência de imprensa em Dongguan, no sul da China, onde Huawei construiu um laboratório.
Harmony, já está pronto para ser instalado nos smartphones mas Huawei preferiu por ora ficar-se pelo Android para ajudar os seus desenvolvedores de aplicativos, declarou Richard Yu, acrescentando que o smartphone Honor a ser apresentado ao público no sábado será o primeiro móvel a funcionar com Harmony OS.
Richard Yu, precisou ainda, que devido às sanções americanas, será muito difícil para Huawei, como era sua intenção, se tornar no primeiro fabricante mundial de smartphones este ano.
Recorda-se que os Estados Unidos proibiram a 16 de maio o grupo chinês de comprar produtos englobando pelo menos 25% de componentes tecnológicas ou materiais americanos.
Washington considerou que Pequim poderia utilizar Huawei para espionagem o que a empresa desmentiu.
Enfim, Washington parece manter estas sanções, sobretudo, depois que Pequim, suspendeu nos últimos dias compras de produtos agrícolas americanos, como retaliação a mais taxas alfandegárias sobre importações chinesas anunciadas para Setembro pelo Presidente americano, Donald Trump.