O Hospital Municipal do Kapalanga está sem água há seis meses porque os moradores nas imediações fizeram centenas de ligações “pirata”, impedindo o fluxo normal para esta unidade de saúde essencial para milhares de pessoas que habitam em Viana, Luanda.
A informação foi avançada ao Novo Jornal pelo director-geral do Hospital de Kapalanga, Luís Domingos, explicando ainda que o fornecimento de água é agora feito diariamente por camiões cisternas com o apoio da administração municipal de Viana e parceiros, mas assegura que o abastecimento não é suficiente para as necessidades que o hospital tem.
“Para o funcionamento normal do Hospital Municipal do Kapalanga precisamos diariamente de mais de 300 mil litros de água. Recebemos diariamente da administração municipal de Viana e parceiros 170 mil litros, o que não cobre um dia sequer”, disse Luís Domingos.
Segundo o director-geral do Hospital Municipal do Kapalanga, esta situação cria muitos transtornos no funcionamento da unidade, uma vez que quase toda a água abastecida pelos camiões cisternas ao hospital é consumida pela lavandaria.
Luís Domingos salientou que há cerca de seis meses que o hospital deixou de receber água de rede pública porque a conduta que abastece o hospital foi vandalizada no seu percurso por vários moradores que fizeram ligações anárquicas.
“Antes da vandalização, o hospital recebia a água de forma normal e não tínhamos os problemas que vivemos hoje, até porque a unidade não recebe água mas nos arredores há água corrente”, explicou.
De acordo com este responsável, apesar de estar a ajudar a pouca água que recebem da administração de Viana e parceiros, o laboratório do hospital trabalha com limitações, porque precisa mesmo da água corrente nas 24 horas do dia.
No entanto, alguns pacientes e acompanhantes que se deslocam à unidade hospitalar, dizem que há falta de higiene nas casas de banho devido à carência de água corrente.
“Por falta de água nas casas de banho, muitos pacientes não encontram alternativa para as necessidades fisiológicas e acabam por fazê-las em sacos plástico e em baldes”, disse ao Novo Jornal sob anonimato um técnico de saúde daquele hospital.
Sobre o assunto, o Novo Jornal contactou administração municipal de Viana, assim como a Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL) mas não obteve resposta das duas instituições.