Os pacientes atendidos nos hospitais do Zango, Mãe Jacinta Paulino e Ana Paula, no município de Viana, em Luanda, reclamam a falta de medicamentos e materiais gastáveis nas referidas unidades.
Em casos de urgência, os utentes são aconselhados pelos enfermeiros a comprar luvas, seringas, algodão, borboletas, soros e outros utensílios hospitalares nas farmácia mais próximas das unidades sanitárias.
Olívio Santos, morador do Zango II, contou à Rádio Luanda que socorreu, há dias, uma vizinha que apresentava um quadro hemorrágico, mas o Banco de Urgência do Hospital Municipal do Zango não tinha medicamentos para estancar a hemorragia.
“Mandaram-me comprar luvas, soros e seringas na farmácia. Só assim deram assistência à paciente”, informou, acrescentando que os demais pacientes também foram solicitados a comprar medicamento. Olívio Santos lembrou que a situação é recorrente e a população desloca-se ao Hospital do Zango com dinheiro para adquirir a medicação.
Já a moradora Ema Matos, disse à Rádio Luanda, que levou a filha ao Hospital Mãe Jacinta Paulino, mas não havia luvas, nem borboleta, para canalizar a veia. No Hospital Ana Paula, também em Viana, Miguel João disse que, quando a esposa deu entrada ao Banco de Urgência, o aparelho de medir tensão arterial não tinha pilhas.
“O enfermeiro informou que o aparelho estava sem pilhas. Tive de tirar dinheiro do meu bolso para comprar na cantina”, informou.
Em declarações à Rádio Luanda, o director do Gabinete Provincial da Saúde de Luanda, Manuel Varela, disse que nem toda a informação é verdade, porque, recentemente, visitou e constatou em algumas unidades sanitárias de Viana, incluindo o Hospital Municipal de Viana, tinham remédio. Manuel Varela informou que todas as unidades sanitárias da província de Luanda são abastecidas mensalmente pela Central de Compra de Medicamentos e Equipamentos (CECOMA) e pelo Depósito Provincial de Medicamentos de Luanda.
“Apesar disso, sabemos que, muitas vezes, as quantidades distribuídas não são suficientes, porque a procura dos serviços nos hospitais ultrapassa a capacidade de atendimento. De forma pontual, pedimos aos utentes que tragam alguns materiais em falta, mas isso ocorre poucas vezes”, acentuou o responsável.