A Guiné Equatorial confirmou o primeiro surto da febre hemorrágica, na sequência da morte de pelo menos nove pessoas na província de Kie-Ntem, disse o ministro da Saúde do país na segunda-feira (13.02).
A OMS também confirmou o surto. “Estão em curso mais investigações. Equipas avançadas foram destacadas para os distritos afectados para localizar contactos, isolar e prestar cuidados médicos a pessoas que apresentem sintomas da doença”, afirmou a OMS num comunicado citado pela Lusa.
A Organização Mundial de Saúde destacou peritos em emergências de saúde para ajudar a Guiné Equatorial a combater a doença e garantir a colaboração comunitária no controlo do surto.
O que se sabe sobre o surto?
De acordo com a OMS, até ao momento, foram registadas nove mortes e 16 casos suspeitos. Os sintomas incluem febre, fadiga, vómitos com sangue e diarreia.
O governo da Guiné Equatorial anunciou na semana passada que estava a investigar a causa de vários casos suspeitos de febre hemorrágica. A área afetada localizava-se numa região rural oriental de floresta densa, perto das fronteiras com o Gabão e os Camarões.
“Estão em curso investigações. Equipas avançadas foram destacadas nos distritos afetados para rastrear contactos, isolar e prestar cuidados médicos às pessoas que apresentem sintomas da doença”, refere ainda a OMS.
A Organização de Saúde está também a enviar tendas e luvas de laboratório para testes de amostras, bem como um kit de febre hemorrágica viral, que inclui equipamento de proteção individual que pode ser usado por 500 profissionais de saúde.
“O virus de Marburg é altamente contagioso. Graças à ação rápida e decisiva das autoridades guineenses na confirmação da doença, a resposta de emergência pode chegar rapidamente para salvar vidas e parar o vírus o mais rápido possível”, disse Matshidiso Moeti, diretor regional da OMS para África.
Doença altamente virulenta
O vírus de Marburg é uma doença altamente virulenta que causa febre hemorrágica, com um rácio de mortalidade de até 88%, e da mesma família que o vírus que causa a doença do vírus ébola.
Não há vacinas ou tratamentos antivirais aprovados para tratar o vírus, que reduz a capacidade do corpo de funcionar por si próprio, mas cuidados de apoio e o tratamento de sintomas específicos, melhoram a sobrevivência, refere e OMS.
Outros países já lidaram no passado com surtos desta febre hemorrágica, incluindo países africanos como Angola, o Gana, Guiné-Conacri, República Democrática do Congo, Quénia, África do Sul e Uganda.
Durante o surto em Angola em 2004, o vírus matou 90% das 252 pessoas infetadas. No Gana, no ano passado, duas pessoas morreram de Marburg.
O vírus foi identificado pela primeira vez em 1967 depois de ter causado surtos simultâneos da doença em laboratórios em Marburg, na Alemanha, e em Belgrado, na Sérvia.