O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, aproveitou a cerimónia da inauguração da sede da polícia em Bissau para comentar o caso do jornalista António Aly Silva, vítima de rapto e espancamento por pessoas ainda por identificar e que acusou o Presidente de ser o responsável pelo sucedido, o que este nega, afirmando que vai mandar investigar o caso. Umaro Sissoko Embaló também afirmou que o seu principal adversário político, Domingos Simões Pereira, é livre de regressar ao país a 12 de Março, como anunciado.
Umaro Sissoco Embaló aproveitou a inauguração da sede da Polícia em Bissau para comentar o caso António Aly Silva e o anúncio de Domingos Simões Pereira que disse que vai regressar ao país nesta sexta-feira, dia 12.
Sobre o jornalista e blogger Aly Silva, o Presidente Umaro Sissoko Embaló disse não ter nada a ver com o seu espancamento e que no dia em que ele foi raptado e espancado estava no Egipto.
Que é totalmente contra a violência, que é um cavalheiro. Umaro Sissoco Embaló disse que quem se sentir lesado com o trabalho de Aly Silva deve mais é acertar as contas com ele de homem para homem, nunca de forma disfarçada.
O Presidente guineense disse que já deu instruções aos serviços competentes do Estado para averiguarem quem mandou espancar Aly Silva e outros cidadãos vítimas de agressões físicas nos últimos tempos, agressões que seriam perpetradas, alegadamente, por agentes em nome do Estado.
Também adiantou que brevemente serão instaladas câmaras de vigilância em Bissau, para reforçar a segurança na cidade.
Sobre o anúncio do antigo primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, com quem disputou a segunda volta das últimas eleições presidenciais, de que vai regressar ao país esta sexta-feira, 12 de Março, Umaro Sissoco Embaló disse que Simões Pereira é livre de o fazer, desde que saiba que na Guiné-Bissau hoje existem regras e autoridade do Estado.
A residir em Portugal há mais de um ano, Domingos Simões Pereira anunciou que vai regressar a Bissau na sexta-feira para retomar a liderança do PAIGC e o seu lugar de deputado ao parlamento.
Questionado sobre como vê a intenção de regressar ao país de Simões Pereira, Umaro Sissoco Embaló disse ser um acto normal.
“É a terra dele. Acha que eu tenho direito de impedir que ele regresse à terra dele?” e enfatizou que ninguém obrigou Domingos Simões Pereira a ir para estrangeiro e que qualquer cidadão guineense é livre de sair e entrar no país.
“A Guiné-Bissau não é o Senegal, como o Senegal não é a Guiné-Conacri, onde sabemos como os perturbadores são reprimidos. O Senegal tem democracia desde 1960, aqui há regras, é só isso que quero dizer-vos”, defendeu o chefe de Estado.
O Presidente disse que a situação de Domingos Simões Pereira é igual à do ex-primeiro-ministro Aristides Gomes que se “auto-refugiou” na sede das Nações Unidas, durante cerca de um ano, até sair de lá para o estrangeiro.
“Enquanto Presidente da República o meu papel é garantir a segurança para todos os cidadãos”, notou Umaro Sissoco Embaló.