A população de Gabú, maior zona economica do país, depois de Bissau, sente-se abandonada pelo Estado.
Queixa-se da falta de tudo, electricidade, água potável, infraestruturas rodoviárias e saneamento básico.
“A cidade está degradada. Não há água e não há luz eléctrica. Imagine uma cidade dessas onde a luz vem das 21 às 00 horas (sic). Tanta promessa dos políticos que nunca se concretiza”, diz o residente Bubacar Djaló.
A presença do Estado na cidade e nas vilas sectoriais da região de Gabú é questionada também por Mutaro Djaló, que diz que “depois das eleições, Gabú é a região mais vitimizada”.
“As nossas estradas estão totalmente degradadas. No sector de saúde há vandalismo total, com roubos de materiais hospitalares. A educação está como está”, diz Djaló.
Alimo Candé, membro da sociedade civil local, questiona: “Em que país estamos, já que o próprio Estado, que deveria zelar pela melhoria de condições de vida da sua população, deixa de a fazer?”
Para comentar as queixas de residentes, a VOA contactou o Administrador do Sector de Gabú, que sugeriu que apenas poderia falar mediante a autorização do Governador. Mesmo com tal autorização, o Administrador local não aceitou falar.
Gabú, com uma população de mais de 215 mil habitantes, cuja maior actividade é o comércio e criação de gado, representa 14, 19% da população do país, e é uma das regiões mais concorridas nos períodos eleitorais.