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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Guatemala terá segundo turno em eleição presidencial

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A Guatemala terá um segundo turno em Agosto para escolher seu próximo presidente, com uma vaga assegurada para a social-democrata Sandra Torres, que deverá enfrentar o candidato de direita Alejandro Giammattei, segundo os últimos resultados divulgados.

Os resultados publicados pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) com votos de 98% das 21.099 secções eleitorais apurados, escreve a AFP, dão a Torres 25,70% dos votos, à frente de Giammattei, com 13,92%. Para garantir a vitória no primeiro turno um candidato deve superar os 50% dos votos.

Torres, da Unidade Nacional da Esperança (UNE), e Giammattei, do Vamos (direita), superam Edmund Mulet, Partido Humanista, (11,18%), e a esquerdista indígena Thelma Cabrera (10,36%).

Já a participação dos 8,1 milhões eleitores ficou em torno dos 61%

Apesar de quase a totalidade dos votos estar apurada, os magistrados do TSE informaram que não podem anunciar os nomes dos candidatos que disputarão o segundo turno em 11 de Agosto.

O presidente do TSE, Julio Solórzano, esclareceu que a lei estabelece cinco dias para que os partidos possam impugnar resultados em alguns municípios e por isso não podem antecipar os nomes do primeiro e segundo lugar.

Insistiu em que, no momento, são resultados provisórios sujeitos a impugnações e “enquanto não for definido esse tema não teremos os resultados definitivos desta eleição”.

“A diferença é muito alta, ela (Sandra) tem assegurado o primeiro lugar, e Giammattei o segundo porque tem cerca de três pontos de diferencia sobre Mulet. Vai ser difícil uma mudança de posição”, declarou à AFP o analista independente Luis Linares.

De acordo com projecções da imprensa, o próximo Congresso será formado por entre 44 e 50 deputados da UNE e 17 ou 18 do Vamos, sendo as principais bancadas entre os 160 integrantes do legislativo.

– Acabar com a corrupção –

O analista político independente Daniel Haering afirmou que “apesar de o processo eleitoral ter registado incidentes de violência, estes foram poucos e o balanço da votação é positivo”.

A campanha, no entanto, foi marcada pela exclusão da ex-procuradora-geral Thelma Aldana, uma das favoritas nas pesquisas e líder da luta contra a corrupção, por supostas irregularidades cometidas quando comandava o Ministério Público (2014-2018).

Além disso, a justiça vetou a candidatura de Zury Ríos, filha do falecido ditador Efraín Ríos Montt, por um dispositivo constitucional que impede a postulação de parentes directos de pessoas que participaram em golpes de Estado.

Haering considera que processo vai impor um “desafio de legitimidade” ao próximo presidente.

Além da dispersão dos votos, Christian Castillo, analista político do Instituto de Problemas Nacionais da Universidade de São Carlos, destacou que o próximo chefe de Estado terá o desafio de “fazer pactos sérios com diferentes sectores, empresariais, sociais e académicos, para conquistar a governabilidade”.

“A governança no próximo mandato será crucial, porque agora não se pode prescindir de ninguém. Todos têm uma cota de poder”, disse.

– Desafios urgentes –

Os principais desafios da Guatemala incluem a geração de empregos e a diminuição da pobreza, que afeta 59% dos habitantes e força milhares a emigrar para os Estados Unidos.

Muitos se uniram a caravanas migratórias desde 2018, o que provocou uma crise regional e a irritação do presidente americano, Donald Trump.

Entre os problemas estruturais que impedem o desenvolvimento, o Procurador de Direitos Humanos Jordán Rodas enumerou: “Desigualdade, discriminação e corrupção”.

“Combater esses três males ajudaria muito a ter uma vida digna sem exclusões; caso contrário, seria dar as costas a maioria da população, que é indígena”, afirmou Rodas.

Em relação à corrupção, segundo a Transparência Internacional, a Guatemala está na posição 144 num ranking com 180 nações avaliadas.

Em 2015, um caso de corrupção levou à renúncia do então presidente Otto Pérez (2012-2015), que aguarda na prisão para ser julgado.

A violência é outro problema que o governo terá pela frente, com cinco mil mortos a cada ano, a metade atribuídos ao narcotráfico e às quadrilhas.

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