O líder da oposição venezuelana, Juan Guaido, pediu formalmente o apoio das forças militares dos EUA na actual crise política e humanitária no país sul-americano, disse uma carta publicada por seu representante Carlos Vecchio na segunda-feira.
“Congratulamo-nos com o planeamento estratégico e operacional para que possamos cumprir nossa obrigação constitucional para com o povo venezuelano, a fim de aliviar o seu sofrimento e restaurar a nossa democracia”, disse Vecchio na carta ao comandante do Comando Sul dos Estados Unidos, almirante Craig Faller, citada pela Sputnik.
Na carta, datada de 11 de Maio e publicada por Vecchio no Twitter na segunda-feira, ele solicitou uma reunião entre o SOUTHCOM e “os membros apropriados” do círculo íntimo de Guaido.
“Somos gratos aos Estados Unidos pela sua amizade, determinação e disponibilidade para apoiar os nossos esforços contínuos para colocar o povo venezuelano em primeiro lugar e esperamos um planeamento e coordenação frutíferos”, disse Vecchio.
O anúncio vem logo após o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó ter dito que pediu a Vecchio que se reunisse com funcionários do Departamento de Defesa para “cooperar” numa solução para a crise política venezuelana.
Na semana passada, falando à CBS, Guaido disse que ainda estava a considerar uma possível intervenção dos EUA como uma “opção”, alegando que ele estava a tentar encontrar a “melhor saída do conflito”.
A declaração de Guaido seguiu uma entrevista do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, com a ABC, durante a qual ele disse que o presidente dos EUA Donald Trump tinha “toda a gama de autoridades do Artigo 2” quando se trata de uma possível acção militar na Venezuela.
A Venezuela passou por uma crise política crescente desde Janeiro, quando Guaidó se proclamou presidente interino. Guaidó também declarou Vecchio como seu embaixador nos Estados Unidos.
Os Estados Unidos e 54 países reconheceram Guaidó, mas Rússia, China, Turquia e vários outros países disseram reconhecer o presidente Nicolas Maduro como o único chefe de Estado legítimo na Venezuela.
Maduro chamou Guaidó de fantoche dos EUA e acusou os Estados Unidos de orquestrar um golpe na Venezuela para efectuar uma mudança forçada de governo e reivindicar os recursos do país.