Uma oração por Israel e pelos reféns do grupo terrorista Hamas detidos em Gaza estava prevista para o início da tarde deste domingo (12.11), numa área da Cidade do Cabo, na costa atlântica, e num local popular para passeios.
Mas centenas de manifestantes pró-palestinianos invadiram o evento, na sequência de uma manifestação pró-palestiniana que levou milhares de pessoas às ruas da cidade portuária e turística, segundo reportam os jornalistas da agência de notícias francesa AFP, presentes no local.
Os manifestantes pró-palestinianos, agitando bandeiras, afugentaram os participantes no encontro de oração pró-Israel, rasgaram os seus cartazes e ocuparam o espaço.
Polícia intervém
A polícia interveio com lançamento de jatos de água e gás para dispersar os manifestantes, tendo depois montado um bloqueio na estrada para manter as pessoas fora da zona.
Há semanas que se realizam numerosas manifestações de apoio a ambas as partes nas principais cidades da África do Sul, onde o partido Congresso Nacional Africano (ANC), no poder, apoia a causa palestiniana há décadas.
Mas o país também possui a maior comunidade judaica de África subsaariana, alguns dos quais organizaram vigílias e manifestações de apoio a Israel.
Os membros mais à esquerda da comunidade judaica, que desempenharam um papel ativo na luta contra o Apartheid, organizaram mais frequentemente manifestações de apoio à causa palestiniana.
Combates em Gaza
Enquanto confrontos eclodiram na Cidade do Cabo, na tarde deste domingo intensificaram-se também os combates em torno do hospital Al-Shifa, no norte de Gaza. As Nações Unidas denunciaram pelo menos 137 ataques contra os cuidados de saúde nessa região desde o início da guerra com Israel, ações que classifica como “violação do direito e convenções humanitárias internacionais”.
Dois bebês prematuros e um paciente na unidade de terapia intensiva morreram hoje devido à falta de eletricidade e de recursos no hospital Al-Shifa, na cidade de Gaza, que permanece sitiado pelo Exército de Israel.
As forças israelitas atingiram vários alvos no sul do Líbano, segundo as autoridades, depois de um míssil anti-tanque disparado do Líbano ter ferido vários civis israelitas.
Também hoje, a Alemanha anunciou um aumento da ajuda aos Territórios Palestinianos. Um número limitado de pessoas foram autorizadas a sair de Gaza, através do posto fronteiriço de Rafah, que foi reaberto.
Após 36 dias da guerra – que começou a 07 de outubro com o ataque do grupo terrorista Hamas ao território israelita -, no qual morreram mais de 1.400 pessoas e mais de 240 foram raptadas de aldeias perto de Gaza, os bombardeamentos israelitas mataram já mais de 11 mil pessoas e feriram cerca de 27.500, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlada pelo grupo islamita.