Os trabalhadores da EPAL, filiados à Central Geral Sindicatos Independentes de Angola (CGSILA), que estão em greve desde o dia 28 de Março último, reduziram a exigência do aumento salarial de 200 para 100 por cento.
Os sindicalizados da CGSILA exigem ainda o aumento do subsídio de alimentação e transporte, de AKZ 22 mil para AKZ 44 mil, bem como seguro de saúde para os trabalhadores e os membros do seu agregado familiar.
Com um salário mínimo de AKZ 59 mil, o aumento salarial dos trabalhadores, que será feito de forma faseada, deve ser implementado a partir deste ano na ordem de 30 por cento e os 70 por cento em 2020, informou à Angop o primeiro-secretário da Comissão Sindical da EPAL, António Martins.
Em relação a esta situação, o director do gabinete jurídico da EPAL, Ivan Tidiane, afirmou que a entidade empregadora apresentou uma contra proposta que consiste no aumento salarial na ordem de 30 por cento para os trabalhadores das categorias mais baixa e 15 por cento para os técnicos médios, superiores e operadores, cuja implementação será em 2020.
Ivan Tidiane disse que a direcção da Empresa Provincial de Águas de Luanda (EPAL) continua aberta à negociação com a comissão sindical afecta à Central Geral Sindicatos Independentes de Angola (CGSILA).
Por sua vez, o porta-voz da EPAL, Waldemir Bernardo, ao se referir à qualidade e às restrições no fornecimento de água, disse não estar relacionada com a greve, mas apontou os arrastos de matérias orgânicas feitas pelas águas das chuvas como sendo a causa da má qualidade da água que chega à casa dos clientes.
Acrescentou que as fortes chuvas que assolaram o país permitiu que o nível de água dos rios subissem e as matérias orgânicas que se encontravam no percurso fossem arrastadas e como consequência afectou a água, dando-lhe uma cor escura, apesar do tratamento feito habitualmente pela EPAL.
Afirmou ainda que nos próximos dias a água voltará a sua coloração normal, devido ao fim das chuvas e alguns trabalhos que estão a ser efectuados.
Ao responder às afirmações feitas por muitos, o facto do serviço de fornecimento de água não chegar em alguns bairros, quando em locais próximos existe, disse que a distribuição ainda não é satisfatória devido ao défice de produção.
Tendo Justificado que a produção média de água na capital do país é de 550 mil metros cúbicos e a distribuição ronda aos 450 mil metros cúbicos, quando a necessidade da província está acima de um milhão metros cúbicos.
A greve, por tempo indeterminado, iniciada em Março, não conta com a adesão dos funcionários da empresa filiados à União Nacional dos Trabalhadores de Angola (UNTA-CS). Em causa estão divergências sobre os pontos do caderno reivindicativo apresentado em Janeiro último.
A paralisação deve-se a não satisfação, pela entidade empregadora, das exigências de melhoria de condições de trabalho e de um aumento salarial imediato, reclamado pelo núcleo sindical da CGSILA.
A outra ala sindical (UNTA-CS) exige apenas 35 por cento, a partir de 2020.
A EPAL tem 14 estações de tratamento e 27 centros de distribuição.