Os funcionários da ENDE iniciaram esta quinta-feira, 12, uma greve de uma semana na província de Malanje.
Os grevistas que garantem os serviços mínimos, como os pagamentos, exigem o aumento de salários na ordem de 100 por cento, comparativamente aos colegas da empresas PRODEL e RNT adstritas ao Ministério da Energia e Águas, melhorias dos equipamentos de proteção individual (EPI e seguro de saúde, meios de transporte para os técnicos.
O delegado da greve nesta região de Angola, Lucas Raimundo, acusou o presidente do Conselho de Administração da ENDE de falta de interesse para tentar resolver o problema.
“De um tempo a esta parte temos negociado com o conselho de Administração, que por sua vez (…), não tem atendido às necessidades dos trabalhadores como deve ser”, disse, “razão pela qual desta vez os trabalhadores da ENDE exigem 100 por cento do aumento do salário”.
Quanto à aderência à greve Raimundo disse que “de momento estamos com 80 ou 70 por cento do efectivo da ENDE em Malanje”.
Os trabalhadores dizem que vários acidentes de trabalho por falta de meios de segurança foram registados em alguns centros de distribuição na província desde o início deste ano e daí a necessidade de melhores meios de trabalho,
Uma das técnicas daquela empresa pública, Ângela aderiu ao movimento grevista e disse que os trabalhadores precisam de “uniformes novos, capacetes, botas, macacões, e condições de trabalho também, como cintos para subir nos postes, precisamos de igualdade salarial, queremos que não haja muito desequilíbrio no salário e mais respeito do capital humano”, exigiu.
O funcionário Adolfo Fuxe, que sublinhou a disparidade abismal dos salários dos administradores, do PCA, dos diretores e chefes de núcleos, disse que é intercalada e seguirá a fase seguinte, senão foram satisfeitas as reivindicações.
“Ela [greve] tem duas fases, a primeira fase termina na segunda-feira, dia 16, depois teremos a segunda fase de uma semana também”, confirmou.
A greve dos trabalhadores da ENDE é extensiva à todo país, em Luanda, onde o movimento iniciou na segunda-feira, 9, o presidente do Conselho da Administração, Hélder Adão, considerou ilegal a greve convocada pelos trabalhadores, por incumprimento dos pressupostos legais, admitindo repostar com uma acção judicial.
O PCA alegou que as exigências foram satisfeitas em 100 por cento, excepto o aumento salarial.