Esta é a “Super Quinta-Feira”, o dia que junta eleições locais em Inglaterra com as regionais na Escócia e no País de Gales. Trata-se do primeiro teste eleitoral desde o ‘Brexit’ e o início da pandemia de covid-19. Os eleitores vão, assim, escolher os seus representantes e mostrar a sua opinião sobre os líderes dos principais partidos políticos.
As atenções vão estar sobretudo viradas para a Escócia, onde o Partido Nacionalista Escocês (SNP), dirigido por Nicola Sturgeon, luta pela maioria absoluta para promover um segundo referendo à independência. Mesmo com o apoio dos Verdes, as divisões internas no SNP e o contexto de pandemia – que coloca o referendo em segundo plano – pode alterar os planos dos independentistas de alcançarem a maioria no parlamento escocês.
A líder do SNP e chefe do Governo escocês, Nicola Sturgeon, vai competir com o Partido Conservador, mas também com o antecessor e antigo mentor, Alex Salmond, que voltou à política activa com o Alba, um novo partido pró-independência.
A outra batalha eleitoral a concentrar as atenções é em Inglaterra. Estas são as primeiras eleições desde que o primeiro-ministro Boris Johnson tem como opositor o novo chefe do Labour, Keir Starmer. Ainda que Starmer não se tenha imposto em termos de popularidade, a imagem de Boris Johnson também se degradou devido ao escândalo do financiamento para renovar o seu apartamento em Downing Street e devido ao pesado balanço da pandemia que fez mais de 127.000 mortos apesar da campanha massiva de vacinação.
O novo xadrez político pode vir a ser indicado pelo escrutínio em Hartlepool, uma cidade do norte que elege um novo deputado. A circunscrição, detida pelo Partido Trabalhista desde 1964, está em risco de ser arrebatada pelo Partido Conservador, ao qual algumas sondagens dão vantagem. O assento foi deixado vago por Mike Hill depois de suspeitas de assédio sexual.
Os trabalhistas também apostam nas câmaras municipais de West Midlands e de Tees Valley, actualmente controladas pelos conservadores. Keir Starmer precisa de recuperar o apoio que o Labour perdeu para os “tories” no norte e centro de Inglaterra.
No total, vão a votos cerca de 4.650 representantes em 143 municípios em Inglaterra, 13 Presidentes de Câmara Municipal, 39 comissários de polícia e 25 deputados da Assembleia Municipal de Londres.
Também vão a eleições os 129 deputados da Assembleia regional autónoma da Escócia e 60 deputados da Assembleia regional autónoma do País de Gales.
A votação presencial decorre entre as 07:00 e as 22:00, mas os eleitores foram aconselhados a votar por correspondência devido à pandemia. A contagem dos boletins deverá ser mais lenta e os resultados anunciados ao longo dos próximos dias por causa das medidas sanitárias e diferentes sistemas de voto.