O governo de Espanha, liderado por Pedro Sanchéz ,decidiu agraciar os separatistas catalães que estavam detidos desde 2017 após um movimento que fracassou na sua tentativa para a obter a independência da Catalunha. A medida divide a sociedade espanhola, mas Sanchèz considerou que ela é necessária para restabelecer a concórdia no país.
Segundo os analistas, a graça concedida aos nove independentistas catalães, que estavam presos desde a abortada tentativa de secessão da Catalunha em 2017, é uma aposta do governo espanhol para tentar apaziguar as tensões latentes na referida região espanhola.
Contudo, a libertação dos nove catalães, não significa a solução para a crise do separatismo que prevalece na Catalunha.
O perdão anunciado a 21 de Junho de 2021 pelo Primeiro-ministro Pedro Sanchéz foi, na terça-feira 22 de Junho, aprovado oficialmente pelo governo do Reino de Espanha, durante um Conselho de ministros.
Em declarações aos media, Sanchéz realçou que a libertação dos independentistas vai contribuir para um exercício apaziguado da democracia na Espanha.
O professor de ciências políticas da Universidade Carlos III de Madrid, Lluís Orriols, considera que o perdão aos nove catalães vai permitir uma negociação mais flexível entre o governo central de Madrid e o seu homólogo regional da Catalunha.
Todavia, Orriols não pensa que o diálogo entre as duas entidades desembocará num acordo sobre a espinhosa questão catalã no seio da Espanha, onde os regionalismos têm sido fontes de conflitos políticos e institucionais.
Os nove separatistas agraciados pelo governo de Espanha tinham sido condenados à penas de 9 a 13 anos de prisão.
Eles estiveram directamente envolvidos no movimento separatista que em Outubro de 2017 organizou um referendo sobre a independência da Catalunha, não obstante a proibição do governo central de Madrid.
Na época, o líder do governo regional catalão, Carles Puigdemont, decidiu fugir para o estrangeiro, enquanto outros separatistas foram detidos.Puigdemont reside desde então na Bélgica.
Depois da libertação dos nove políticos catalães, o Primeiro-ministro Pedro Sanchéz deveria reatar negociações sobre a questão da Catalunha com o líder regional, Pere Aragones, do partido pró-independência ERC (Esquerda Republicana da Catalunha).
Aragones é tido como mais moderado, em relação ao seu antecessor Quim Torra do radical Jx Catalunha( Unidos pela Catalunha).