Termina nesta sexta-feira, 14, a visita que o governador de Luanda, Manuel Homem, está a realizar desde segunda-feira, 10, ao bairro Paraíso, no município de Cacuaco, conhecido por altos índices de pobreza e de criminalidade, que inclui roubos e assaltos à mão armada e até execuções sumárias de civis e agentes da ordem.
A “jornada de campo” de cinco dias consecutivos naquela circunscrição administrativa compreende reuniões com a comunidade, audiências individuais e colectivas com entidades civis e religiosas visando aferir a realidade económica, criminal, cultural, política, social e de cidadania, segundo fizerem saber os membros da delegação governamental.
No penúltimo dia, hoje, o governador admitiu “constrangimentos”, prometeu construir uma escola comunitária, pontes para facilitar a circulação rodoviária e uma esquadra policial para fazer face ao aumento exponencial da criminalidade.
Em declarações à imprensa, Manuel Homem pediu a ajuda de entidades civis e religiosas para a solução dos problemas sociais e da falta de segurança que tem levado muitos cidadãos a abandonarem as suas casas.
A equipa multisectorial que acompanha o governador aproveitou para realizar uma campanha de registo civil, de legalização de serviços de mototáxi e consultas médicas e entregou a alguns populares kits para o combate à fome e à pobreza.
Há contudo cepticismo quando às promessas.
Emiliano Catumbela, membro da Associação MJR, diz que a visita do Governador “é campanha política” e não visa resolver os problemas sociais da população.
“Não esperamos nada”, afirmou aquele líder associativo que entende que “ a criminalidade vai continuar porque os jovens não têm emprego”.
A visita de campo do governador provincial ao município de Cacuaco tem lugar em meio à chuva que caiu sobre Luanda nas últimas 24 horas com o registo oficial e provisório de pelo menos uma morte no município de Viana, inundações, destruição ou obstrução de vias de acesso e avarias na rede de distribuição de energia eléctrica, em quase toda a província, segundo o Serviço de Protecção Civil e Bombeiros.
Por Venâncio Rodrigues