Cabo Delgado, no norte de Moçambique, é palco há três anos e meio de ataques com um balanço humano oficial de mais de 2500 mortos e 700 mil deslocados, ao qual se junta também um impacto negativo a nível do tecido empresarial local que colocava muita esperança na chegada da petrolífera francesa Total na região, um projecto actualmente à espera de um contexto mais favorável para ser retomado.
Em entrevista à RFI, o governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo evoca precisamente este aspecto. Ao mostrar-se confiante na eventualidade da Total retomar as suas actividades “a curto prazo”, o governador da província considera que “não há desenvolvimento sem segurança e não há segurança sem desenvolvimento”.
Questionado sobre o trabalho encetado há um pouco mais de um ano com o lançamento da ADIN, Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte de Moçambique, uma entidade que abrange Nampula, Niassa e Cabo Delgado, Valige Tauabo refere que esta entidade “foi criando primeiro um levantamento à realidade de cada província” na óptica de definir uma estratégia, este sendo “um processo que deve ainda ser trabalhado”.
Sobre os ataques e a sua origem, o governador de Cabo Delgado declara que “não se sabe qual é a motivação dos que estão a fazer isso” mas garante que as autoridades moçambicanas“estão a fazer tudo para compreender o que está a acontecer”.