O governador provincial de Benguela, Luís Nunes, anunciou, nesta terça-feira, a construção de novos mercados, em 2024, para acabar com a venda desordenada nas ruas das cidades do litoral.
Ao responder às preocupações de mais de uma centena de vendedeiras, durante um encontro de auscultação, na cidade de Benguela, o governador garante que o Orçamento de 2024 inclui a construção destes mercados, visando organizar a venda informal.
Isto porque, disse, estas infra-estruturas serão uma mais-valia, pois terão condições higio-sanitárias adequadas e câmaras de frio, para maior segurança e conforto dos feirantes.
Assim, entre os três a quatro mercados previstos para o Lobito, o governante citou o Tchapanguele, já em fase de construção, o do Compão – que já arrancou – e um outro a ser erguido na zona alta daquela cidade.
Relativamente ao município de Benguela, Luís Nunes anunciou dois mercados novos, nomeadamente o do Mbaulo e da lota pesqueira da praia das Tombas, há muito reclamada pelas vendedeiras de peixe, no bairro do Casseque.
Venda desordenada
E lançou o repto para que as vendedeiras aceitem o desafio de acabar com a venda desordenada, mas alerta para as consequências de quem agir à margem da lei, já que, como declarou, o governo iria impor a regra, tendo o Código de Postura Municipal em conta.
Ou seja, o governador afirmou que a venda desordenada é ilegal e jamais aceitaria que os feirantes continuassem a vender no passeio das cidades, dificultando o acesso dos clientes às lojas, talhos e restaurantes – e pior ainda – junto das estradas bastante movimentadas, o que representa um perigo.
“As vendedeiras devem ajudar a resolver este problema da venda desordenada, porque o governador e o administrador não podem resolver isso sozinhos”, exortou, reforçando que é necessário descongestionar as vias e passeios do Lobito, ocupadas com a venda desordenada e lixo, por todo lado.
Para Luís Nunes, um mercado na zona alta do Lobito seria importante para descongestionar a avenida ao longo da Estrada Nacional EN100, logo à entrada da cidade.
Sobre o mercado do Tchapanguele, em construção, no âmbito das obras do Programa de Infra-estruturas Integradas de Benguela, o governador assegura a sua conclusão no próximo ano e enfatiza de que será o maior mercado do país, com uma capacidade acima dos três mil vendedores, como viria a apurar a ANGOP.
Polêmica encerrada
Para encerrar a polêmica em torno da antiga praça do Mbaulo, nos arredores da cidade de Benguela, anunciou que o governo vai construir um novo mercado, posto que antes não havia condições dignas para que os feirantes continuassem no local.
O objectivo, disse, é resolver o problema das vendedeiras com dificuldades de espaço, depois de retiradas daquele local, devido ao amontoado de lixo, venda desordenada em frente dos armazéns e a circulação automóvel condicionada.
Para isto, o governador disse estar a ser negociado com o empresário que montou pavilhões no local, para acomodar provisoriamente as vendedeiras, ávidas de voltar ao Mbaulo.
Ainda de acordo com o responsável, o cenário que se vivia na praça do Mbaulo era tão degradante, que punha em causa a saúde pública, daí as autoridades terem encerrado o espaço.
Por outro lado, aconselha às mulheres que praticam a venda nas cidades que o façam apenas em lugares apropriados e que respeitem as pessoas envolvidas na limpeza das estradas, evitando deitar o lixo em qualquer lugar.
Mesmo com 500 pessoas a limpar as ruas da cidade de Benguela e 500 no Lobito, Luís Nunes reclama de que as localidades estão sempre sujas, porque as vendedeiras produzem muito lixo.
Bastante descontraído no diálogo de quase duas horas com as vendedeiras, o governador deixou claro os rumos a serem tomados e esclareceu que as autoridades apenas querem ajudar, mas com organização e respeito pela lei. JH/CRB