O presidente deposto do Gabão, Ali Bongo Ondimba, é “livre de circular” e “pode viajar para o estrangeiro se o desejar”, anunciou o general Brice Oligui Nguema, que o derrubou há uma semana, numa declaração na televisão estatal.
Bongo, que está no poder há 14 anos, está em prisão domiciliária desde o golpe militar de 30 de agosto, realizado sem derramamento de sangue menos de uma hora depois de as autoridades eleitorais do Gabão terem anunciado a vitória do presidente deposto Ali Bongo, nas disputadas eleições de 26 de julho.
Os golpistas colocaram Bongo, de quem Nguema é primo, em prisão domiciliária por “alta traição às instituições do Estado” e “desvio maciço de fundos públicos”, entre outros crimes.
O golpe de Estado no Gabão, uma das potências petrolíferas da África subsariana, é o segundo a ocorrer em pouco mais de um mês em África, depois de o exército ter tomado o poder no Níger, a 26 de julho.
O Gabão juntou-se à lista de países que tiveram golpes de Estado bem-sucedidos nos últimos três anos, que, para além do Níger, inclui o Mali (agosto de 2020 e maio de 2021), a Guiné-Conacri (setembro de 2021), o Sudão (outubro de 2021) e o Burkina Faso (janeiro e setembro de 2022).