A medição de temperatura à entrada da Sé Catedral, em Benguela, e o uso de máscaras de protecção facial marcaram, este sábado, o funeral do bispo Dom Óscar Braga, tendo em vista o cumprimento das medidas da Situação de Calamidade Pública para a prevenção da covid-19.
À entrada da Sé Catedral, onde decorreram as exéquias, equipas da Saúde, munidas de dispositivos de sensor infravermelho, submeteram todos os presentes à medição da temperatura corporal e a higienização das mãos com álcool gel, além da obrigatoriedade de uso de máscaras no interior do templo.
Os cerca de 150 fiéis permitidos a entrar na igreja sentaram-se de forma a cumprir o distanciamento social adequado, ou seja, por cada cadeira apenas três pessoas, o que fez com que o acto decorresse dentro do contexto, imposto pela pandemia da covid-19.
No cemitério da Camunda, onde os restos mortais de Dom Óscar Braga foram sepultados, a Comissão das Exéquias, integrada por membros do governo provincial de Benguela e o clero da igreja Católica local, cumpriu com rigor as medidas de prevenção, tendo o funeral decorrido de uma forma restrita, com o mais reduzido número de pessoas.
Apenas arcebispos e bispos de várias dioceses, entre eles Dom Filomeno Vieira Dias, presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Dom Manuel Imbamba, bispo da Diocese de Saurimo, o secretário da Nunciatura Apostólica em Angola, Michelle Tutalo, governador provincial de Benguela, Rui Falcão, vice-governadores, representantes de confissões religiosas, deputados da Assembleia Nacional, entraram no campo santo, sob fortes medidas de segurança.
De fora, uma multidão de fiéis católicos e de outras confissões religiosas, que acompanharam o cortejo a pé, se limitava a aplaudir, enquanto a cerimónia decorria no interior à “porta-fechada”, num gesto de reconhecimento aos feitos do malogrado. No final, os portões foram encerrados para evitar aglomerados, uma vez que muitos ansiavam em ver o sepulcro do bispo.
INEMA atende nove casos
Nove pessoas, a maioria da Associação dos Escuteiros de Angola (AEA), que assistiram, este sábado, ao funeral do bispo Dom Óscar Braga, foram assistidas pela equipa do Instituto de Emergências Médicas de Angola (INEMA).
Segundo o coordenador da equipa do INEMA nas exéquias, Nani Francisco, foram atendidos no interior das três ambulâncias destacadas no terreno casos de cefaleias, diarreias e náuseas.
Ao falar à Angop, o responsável referiu que as condições para a assistência médica e medicamentosa permitiram atender os pacientes no interior das ambulâncias, sem necessidade de transportá-los para o Hospital Geral de Benguela.
Nani Francisco indicou que o dia de hoje foi o mais agitado com sete casos atendidos, enquanto na sexta-feira, primeiro dia das exéquias de Dom Óscar, apenas dois casos foram registados.
Entre os pacientes assistidos, está um sacerdote, escuteiros e mulheres da Promaica, movimento de promoção da mulher angolana da igreja Católica, com o coordenador da equipa a considerar normal as ocorrências verificadas de sexta-feira a sábado.
A equipa de emergências do INEMA destacou para a Sé Catedral, ponto de partida do cortejo fúnebre, 10 técnicos, apoiados por três ambulâncias, das quais duas medicalizadas.
Por outro lado, a segurança foi assegurada por cerca de 300 agentes do Comando Provincial da Polícia Nacional, incluindo efectivos dos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros.