Expresso
É há quatro anos ministra da Justiça e a primeira mulher negra no Governo português. Francisca Van Dunem não tem dúvidas da importância simbólica do cargo para os africanos em Portugal. E afirma que o racismo é ainda a matriz da nossa sociedade
Na hora de escolher, a ministra da Justiça não hesitou nos gelados: pistácio e múcua. Pistácio, o sabor da sua “infância feliz”. Múcua, o fruto do embondeiro, árvore típica de Angola, o país onde nasceu. A conversa foi no seu gabinete, de gelado na mão.
Passaram cinco anos desde o início do ‘Processo Marquês’ sem haver ainda uma decisão judicial. Não a angustia tanta morosidade?
Gostava que todos os processos fossem mais céleres, em particular aqueles que geram intranquilidade e desconfiança no sistema de justiça, o que é dramático. Um dos grandes problemas da Justiça é o afastamento dos cidadãos.
Ainda há o sentimento de que não há justiça em Portugal…
As pessoas ainda acham que há uma justiça para ricos e outra para pobres.