25.2 C
Loanda
Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Franceses marcham em massa contra avanço da extrema direita

PARTILHAR
FONTE:DW

País se encaminha para eleições parlamentares antecipadas. Dianteira nas enquetes é da RN de Le Pen. Esquerda se une em aliança Nova Frente Popular, superando divergências sobre guerras na Ucrânia e em Gaza.

Centenas de milhares de cidadãos marcharam neste sábado (15/06) contra a extrema-direita em várias cidades da França. Além de grupamentos políticos, sindicatos, ativistas antirracistas e associações da sociedade civil participaram dos atos.

Cálculos preliminares prediziam uma participação entre 300 mil e 500 mil, mas a polícia estimou em 250 mil o total de manifestantes. Foram mobilizados cerca de 21 mil policiais e guardas nacionais. Ao todo estão previstas cerca de 200 passeatas no país, ao longo do fim de semana.

Além de ter vencido no país as recentes eleições para o Parlamento Europeu, o partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, é projetado como vencedor das legislativas antecipadas, convocadas pelo presidente Emmanuel Macron para 30 de junho e 7 de julho.

Atualmente liderada por Jordan Bardella a sigla populista de direita mantém a presença de Le Pen. No pleito europeu do primeiro fim de semana de junho, ela venceu com 31,5% dos votos, enquanto a aliança centrista encabeçada pelo partido de Macron, Renascimento (RE), ficou com 15,2%.

Nova Frente Popular contra Le Pen
Numa tentativa de travar a extrema direita, os principais partidos de esquerda – desde a mais radical França Insubmissa (LFI) aos socialistas, passando por Os Ecologistas (EELV) – se uniram numa “Nova Frente Popular”.

Entre os candidatos da coligação está o socialista François Hollande, presidente entre 2012 e 2017. Na quinta-feira, ele apoiou de forma plena a criação da Nova Frente Popular, insistindo em que é preciso ir “além das divergências”, perante o risco de um Executivo liderado pela extrema-direita.

Nesse mesmo dia, o Partido Socialista, o EELV, o LFI e o Partido Comunista Francês anunciaram que tinham alcançado seu acordo final. Para tal, tiveram que colocar de lado algumas de suas divergências quanto aos conflitos na Ucrânia e em Gaza.

Contudo a aliança já atravessa suas primeiras tensões, pois o LFI se recusou a readmitir os opositores do líder partidário Jean-Luc Mélenchon. Os membros excluídos se dizem alvo de uma “purgação” e acusam o ex-candidato presidencial de um “ajuste de contas”. Outros lamentam que o aliado de Mélenchon Adrien Quatennens se mantenha na legenda, apesar de ter sido condenado por violência doméstica em 2022.

Durante a passeata em Paris, a líder do sindicato CGT, Sophie Binet, enfatizou que ela e seus aliados da esquerda estão “extremamente preocupados que Jordan Bardella possa se tornar o próximo primeiro-ministro”: “Queremos impedir esse desastre.”

Falando à Inter Radio, o líder esquerdista Raphaël Glucksmann afirmou: “A única coisa que importa para mim é que a RN não vença e não vá governar. Não podemos deixar a França para a família Le Pen.”

Uma sondagem realizada neste sábado dá a vitória à RN com 33% no primeiro turno, 25%. À ala centrista de Macron caberiam 20%. Nesse ínterim, a direita clássica de Os Republicanos (LR) atravessa uma crise interna, por o seu líder, Éric Ciotti, não descartar um pacto com Le Pen.

av (AP,Lusa,AFP,Reuters)

spot_img
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
spot_imgspot_img
ARTIGOS RELACIONADOS

Vários mortos nas manifestações em Moçambique

Várias cidades de Moçambique foram este sábado (02.11) palco de protestos contra os resultados eleitorais. Há registo de, pelo...

Tensão política em Moçambique atinge ponto crítico após eleições contestadas

Os moçambicanos preparam-se para mais turbulência política na sequência do apelo do líder da oposição, Mondlane, para uma semana...

Confrontos em Maputo: 24 feridos em protestos violentos

Confrontos entre manifestantes e polícia em Maputo deixam 24 feridos, diz Hospital Central. Entre os internados, uma paciente está...

Milhares de manifestantes pró-europeus protestam na Geórgia a uma semana das legislativas

Dezenas de milhares de manifestantes pró-europeus se reuniram na capital da Geórgia, Tbilisi, neste domingo (20), uma semana antes...