A França, ao lado dos parceiros europeus e africanos, anunciou hoje, quinta-feira, a retirada “coordenada” das tropas do Mali devido “a múltiplas obstruções das autoridades de transição malianas”, prosseguindo o combate ao terrorismo nos países vizinhos.
“Devido às múltiplas obstruções das autoridades de transição malianas, o Canadá e os Estados europeus que operam ao lado da operação Barkhane e no seio da operação Takuba consideram que as condições políticas, operacionais e jurídicas não estão reunidas para continuar o actual compromisso militar”, pode ler-se numa declaração conjunta enviada hoje pelo Palácio do Eliseu às redacções.
Esta manhã, o Presidente da Francês, Emmanuel Mácron, vai falar ao lado dos parceiros europeus e africanos para detalhar as razões desta retirada decidida definitivamente num jantar de trabalho no Palácio do Eliseu, que aconteceu na noite de quarta-feira e onde participou o primeiro-ministro português, António Costa.
A luta pelo combate ao terrorismo vai prosseguir no Sahel, ainda segundo a declaração conjunta também assinada por Portugal, com acções “no Níger e no Golfo da Guiné”, estando a ser levadas a cabo consultas locais para chegar aos termos de entendimento sobre uma nova missão até Junho de 2022.
A França possui uma das suas maiores operações militares no Mali desde 2013, com a operação Barkhane a envolver actualmente cerca de 4.300 efectivos no Sahel e cerca de 2.500 estão no Mali.
Esta não é a única força estrangeira no país, com um total de 25 mil soldados estrangeiros com diferentes mandatos a actuarem no Sahel.
Portugal está presente com cerca de duas dezenas de militares na operação da força especial europeia Takuba, ao lado de outros parceiros como Alemanha, Bélgica, República Checa, Dinamarca, Estónia, Grécia, Itália, Noruega, Holanda, Roménia, Reino Unido e Suécia.