A França e Alemanha vão fazer propostas nos próximos dias para modificar os tratados da União Europeia (UE), anunciou na quinta-feira o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, no final da mini cimeira realizada em Estrasburgo com a chanceler alemã, Angela Merkel, e o chefe do governo italiano, Mario Monti.
A Alemanha exige mudanças de fundo nos tratados europeus para reforçar a disciplina fiscal, mas Angela Merkel afirmou que estas modificações não dizem respeito ao Banco Central Europeu (BCE). O Presidente Sarkozy disse que a “França e a Alemanha vão fazer propostas nos próximos dias para modificar os tratados (europeus) com vista a melhorar a governação da Zona Euro e a convergência das políticas económicas.
Segundo Merkel, as mudanças que vão ser propostas não afectam a independência do BCE. Monti, por sua vez, confirmou o compromisso do seu país em eliminar o défice orçamental em 2013 e garantiu que o seu governo vai respeitar os compromissos gerais adoptados em termos de finanças públicas. Mas quanto ao objectivo de 2013, declarou: “Queremos ver como levaremos em consideração o ciclo (económico) para calcular esse objectivo”.
Pondo fim às dúvidas, Monti declarou que “o objectivo do equilíbrio orçamental em 2013 não é questionado. A Itália deve fazer esforços particulares porque tem uma dívida muito elevada”, de 120 por cento do seu PIB, acrescentou. Sarkozy também garantiu que “as três primeiras economias da Zona Euro estão determinadas em tudo fazerem para sustentar e garantir a perenidade do euro”. “Estamos conscientes da gravidade da situação”, afirmou o Presidente francês, assegurando que todos “confiam no Banco Central Europeu e nos seus dirigentes”. A modificação dos tratados europeus e o papel do BCE na crise da dívida são os assuntos mais polémicos sobre os quais divergem os dois países.
Enquanto a Alemanha rejeita que o BCE intervenha de forma maciça no mercado da dívida e também considera prematuro recorrer a “eurobonds”, a França considera que o Banco Central Europeu deve desempenhar um papel essencial na solução da crise, como, por exemplo, comprando grandes quantidades da dívida dos países mais problemáticos, para fazer baixar os juros exigidos.
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: AFP