As Forças de Defesa de Israel revelaram esta sexta-feira ter matado por engano três reféns israelitas na Faixa de Gaza, depois de os terem identificado, inadvertidamente, como uma ameaça.
Em comunicado, as IDF revelaram que durante um combate em Shejaiya, os seus soldados dispararam contra os reféns. “As IDF começaram a rever o incidente de forma imediata”, garante o exército numa declaração.
Dois dos reféns assassinados foram logo identificados: são Yotam Haim, de 28 anos, levado do kibbutz Kfar Aza a 7 de outubro, e Samer El-Talalqa, de 25 anos, que foi levado do kibbutz de Nir Am. O nome do terceiro refém morto pelas tropas israelitas não foi revelado inicialmente a pedido da família, que decidiu depois torná-lo público: trata-se de Alon Shamriz, raptado do kibbutz Kfar Aza.
“As IDF manifestam profunda tristeza pelo incidente e partilham do luto das famílias”, lê-se num breve comunicado entretanto divulgado pelas forças de Israel.
O primeiro-ministro israelita já reagiu, em comunicado, às mortes acidentais dos três reféns. “Juntamente com todo o povo de Israel, inclino a minha cabeça em profunda tristeza e lamento a morte de três dos nossos queridos filhos que foram raptados. O meu coração está com as famílias enlutadas neste momento difícil”, lê-se na declaração de Benjamin Netanyahu.
O Hamas fez cerca de 240 reféns no ataque de 7 de outubro a Israel; durante a semana de tréguas alcançada no fim do mês de novembro, o Hamas libertou mais de 100 mulheres, crianças e cidadãos estrangeiros que mantinha sequestrados em Gaza, em troca da libertação de 240 mulheres e jovens que Israel mantinha em cativeiro, a maioria sem qualquer acusação.
As forças israelitas acreditam que ainda se encontram em Gaza mais de 130 reféns. Os corpos dos reféns mortos esta sexta-feira pelas IDF foram entretanto levados para território israelita.
Já esta sexta-feira, a estação Al Jazeera anunciou que também o seu jornalista, Samer Abu Daqqa, foi morto num ataque de míssil em Khan Yunis. A cidade do sul da Faixa de Gaza tem sido atingida por intensos bombardeamentos nas últimas semanas. Esta sexta-feira, um funcionário da ONU disse à BBC que Khan Yunis foi alvo dos mais duros ataques até ao momento desde o início da guerra.