A posição do líder do MPLA sobre a fome está a causar uma onda de críticas entre os angolanos. Para falar sobre o assunto, ouvimos Carlos Cambuta, director-geral da ADRA, o economista Manuel Antunes e o analista político, Albino Pakisi.
O orçamento geral do estado (OGE) para o exercício económico do próximo ano volta a não convencer a maioria dos angolanos, a julgar pelas previsões do governo quanto a satisfação das necessidades vitais das famílias.
O documento foi aprovado esta semana com os votos favoráveis do partido que governa o país. A UNITA, principal partido na oposição, diz que votou contra a proposta de orçamento porque a principal prioridade do governo para o próximo ano é a dívida pública e esta não foi auditada nem certificada, representando 50% da despesa global.
O orçamento de 2022 será executado em ano de eleições gerais. O partido no poder elogia o seu governo pelos esforços que tem vindo a desenvolver para o bem-estar das populações e aponta a Covid-19 como um dos principais travões ao desenvolvimento do país.
A fome e o desemprego são desafios que o governo angolano não tem conseguido traduzir na prática os vários programas definidos e as despesas para sustentar as próximas eleições podem agravar, ainda mais, a difícil situação das famílias carenciadas.
João Lourenço nas vestes de presidente do MPLA minimizou o impacto da fome em Angola, durante o seu discurso nas celebrações de mais um aniversário do partido no poder. Esta posição do também presidente da República chocou a sociedade angolana e algumas organizações da sociedade civil, ponderam responsabilizar o estadista angolano por todas as mortes causadas pela fome extrema.
Carlos Cambuta, Director Geral da Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente, julga que João Lourenço devia fazer uma comunicação que reflectisse a situação social vigente no país.