Ao intervir na sessão de abertura da Formação Sobre Jornalismo Investigativo, dirigido aos profissionais dos órgão públicos e privado, a responsável salientou que ao se enveredar por este caminho, vai-se transmitir informação mais credível à sociedade.
Milena Costa frisou que o jornalismo investigativo é uma área pouco explorada pelos jornalistas, devido à sua devida complexidade, pois requer predisposição, tempo, paciência, transporte e meios financeiros para se desenvolver uma reportagem de fundo.
De acordo com a coordenadora do Fórum de Mulheres Jornalistas para a Igualdade do Gênero, o jornalista deve ser persistente para desenvolver matérias de investigação, sobretudo de temas actuais, ao abrigo do contexto e realidade angolana.
“Em Angola não se faz jornalismo de investigação por ser uma matéria de muita complexidade. Existe muita falta de interesse dos jornalistas, porquanto, escolhemos esse tema porque é uma área pouco explorada na nossa classe” disse a líder do FMJIG.
Explicou que a sua organização pretende estimular e motivar os jornalistas a realizarem reportagens de investigação no país, tendo em conta a existência de uma relativa liberdade de expressão na imprensa angolana, particularmente para se falar sobre o programa de combate à corrupção do Executivo Angolano.
Adiantou que as redes sociais activas dão oportunidades aos profissionais de apurarem os factos e fiscalizarem os bens públicos.
Milena Costa pediu aos participantes a aprimorarem as técnicas de reportagens de investigação, conhecimentos sobre a ética e deontologia profissional e o conhecimento sobre o pacote legislativo sobre os limites da Lei de Imprensa e o estatuto dos jornalistas.
Na ocasião, o secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), Teixeira Cândido, reforçou que o jornalista deve ter capacidade de fiscalizar os bens públicos e investigar, com maior profundidade, os casos que aparecem hoje nas redes sociais como denúncias ou pistas.
“O combate à corrupção não é um problema dos tribunais. A nossa formação nos orienta que devemos fiscalizar a gestão da coisa pública, o que depois pode desencadear a um processo-crime. E temos que incentivar os profissionais a irem atrás da informação até encontrar prova”, frisou.
Acrescentou não haver nada que impeça os jornalistas de realizarem o seu trabalho, até porque a Lei não coloca limites para se investigar a gestão do erário, por exemplo.
Teixeira Cândido fez saber que para existir e se realizar um trabalho investigativo não pode haver condicionamento nas linhas editoriais dos órgãos de comunicação e censuras nas matérias, práticas que desincentivam e mobilizam os profissionais a fazerem o jornalismo de investigação.
O Fórum, promovida pelo Fórum de Mulheres Jornalistas para a Igualdade do Gênero, termina nesta quarta-feira.
SL/MDS