O relatório do FMI coloca Cabo Verde como o país com a maior dívida pública na região. Economias dos PALOP deverão crescer, em média, 3% em relação a 2020. Moçambique é o segundo país mais endividado da lista do FMI.
Todos os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) vão recuperar da recessão generalizada do ano passado e vão ver as suas economias crescer, em média, 3%, abaixo da expansão de 3,4% da região, segundo o FMI.
De acordo com o relatório sobre as Perspetivas Económicas Regionais: África subsaariana, hoje divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington, Cabo Verde será o país que regista o maior crescimento este ano (5,8%), mas foi também o que teve a maior recessão no ano passado, com uma queda histórica de 14%.
A Guiné Equatorial, que está em recessão desde 2016 e deverá voltar a ter um crescimento económico negativo no próximo ano, é a segunda economia com melhor desempenho entre as economias lusófonas africanas, devendo crescer 4% este ano, segundo o FMI.
No que diz respeito ao rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto (PIB), um dos indicadores mais usados para aferir a capacidade financeira dos países tendo em conta o crescimento das economias, os PALOP registam uma média elevada, e bem acima da média da região.
O relatório coloca Cabo Verde como o país com a maior dívida pública na região, mas com a ressalva de que o perfil da dívida é menos preocupante, já que é largamente concessional.
Moçambique, com 125%, é o segundo país mais endividado, numa lista encabeçada pela Eritreia, com um impressionante rácio de 175% de dívida face à riqueza do país, refere. A média dos países lusófonos é de 94,7%, bem acima dos 56,2% do PIB registados, em média, na região.