O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou esta terça-feira as suas previsões económicas para 2020 e 2021. Para Angola, o fundo prevê uma recessão de 4% em 2020 e um crescimento de 3,2% no próximo ano, mantendo o prognóstico da mais recente avaliação ao programa de ajustamento económico em curso no País.
O relatório melhora a previsão de recessão na África subsaariana, antecipa uma quebra de 3% no PIB na região, mas reduz a estimativa de recuperação no próximo ano para 3,1%, segundo a agência Lusa, que cita os dados hoje divulgados nas Perspectivas Económicas Mundiais, no âmbito dos Encontros Anuais, que decorrem em formato virtual.
“A região deverá registar um crescimento negativo de 3%, melhor do que a recessão de 4,4% prevista em Abril, e ligeiramente melhor que a actualização de Junho do relatório, que apontava para uma quebra de 3,2% no PIB desta região africana”, refere.
A instituição de Bretton Woods considera que a covid-19 “reverterá os progressos feitos desde os anos 1990”, podendo pelo menos cinco anos de progresso no combate à pobreza.
A ministra das Finanças, Vera Daves, que hoje participou numa sessão dos Encontros Anuais do Fundo, considerou que a crise económica agravada pela pandemia de covid-19 é uma oportunidade para acelerar as reformas acordadas ao abrigo do programa do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas, para isso, é fundamental o prolongamento da suspensão dos pagamentos da dívida
“O espaço orçamental criado pela Iniciativa para a Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) foi crítico para garantir que sobrevivemos até agora, e esperamos que seja prolongado até 2021, e por isso é tão importante falar com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e pedir a todos os membros que estendam este período de alívio, que será muito útil para Angola e para todo o continente africano”, disse.
Na `Conversa de Governadores`, em que respondeu a perguntas lançadas pelo diretor do departamento africano do FMI, Abebe Aemro Selassie, Vera Daves explicou que a economia angolana foi apanhada pela pandemia já numa situação de grande fragilidade.
“Entrámos na pandemia numa situação em que a economia já enfrentava fragilidades relativamente ao crescimento, à nossa capacidade de aumentar receitas, tínhamos muita pressão sobre a despesa devido à necessidade de lançar infraestruturas, e estávamos pressionados sobre a dívida também”, disse a governante citada pela Lusa.