O Fundo Monetário Internacional espera agora que a economia da China cresça 5% este ano, elevando a sua previsão de 4,6% há algumas semanas para reflectir a forte expansão económica no início de 2024 e um apoio adicional do governo.
A China tem como meta um crescimento de cerca de 5% este ano. No primeiro trimestre, registou uma expansão melhor do que o esperado de 5,3%, embora uma queda prolongada no sector da habitação continue a pesar sobre a procura interna.
“Certamente estamos a ver que o consumo está a recuperar, mas ainda há alguns caminhos a percorrer”, disse a primeira vice-diretora-gerente do Fundo, Gita Gopinath, em entrevista à Bloomberg News no início desta semana. “A força que vemos no investimento público permanece. O investimento privado ainda é fraco, principalmente devido à fraqueza do sector imobiliário.”
O FMI apelou Pequim para que forneça mais apoio monetário e fiscal à economia, incluindo novas medidas para resolver a crise imobiliária, que persistiu apesar dos repetidos esforços das autoridades para estabelecer um limite mínimo para os preços e aumentar a procura.
No início deste mês, as autoridades chinesas anunciaram um novo esforço para reforçar os mercados imobiliários, facilitando os requisitos de pagamento inicial para os compradores e fornecendo 300 mil milhões de yuans (42 mil milhões de dólares) de financiamento do banco central para ajudar os governos locais a comprar o excesso de inventário dos promotores.
Tensões comerciais
O Fundo ainda está a avaliar os efeitos das tarifas recentemente anunciadas pelos Estados Unidos sobre a China, segundo Gopinath, que afirmou que as políticas que exacerbam a fragmentação são negativas para todo o mundo.
“Houve um aumento dos riscos para o sistema comercial global e estamos a ver sinais precoces de fragmentação”, disse ela. “O comércio entre países que estão mais alinhados geopoliticamente está a resistir melhor do que o comércio entre países que estão menos alinhados geopoliticamente.”
Os países também dependem cada vez mais de políticas industriais, o que pode levar a uma má alocação de recursos e criar repercussões que afetam outros parceiros comerciais, disse Gopinath.