O Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, assumiu nesta segunda-feira, 17, em nome do país, a presidência rotativa da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), um bloco que junta 16 países da região.
Numa cimeira que se realizou em formato virtual e que coincidiu com a celebração de 40 anos da criação do órgão, Filipe Nyusi fez a promessa de tudo fazer para dar seguimento aos compromissos da organização.
O país assume a presidência da SADC numa altura em que enfrenta o desafio do combate aos insurgentes que ocupam parte da zona norte de Cabo Delgado.
O tema não passou ao lado e resultou até numa directiva geral, que aponta para outra atitude dos 16 países.
“A cimeira apontou para a necessidade de reforçar a coesão e a cooperação entre os Estados membros, na prevenção e combate ao crime transfronteiriço, com incidência para o terrorismo e as suas mais variadas formas e manifestações”, afirmou Filipe Nyusi, no seu discurso de encerramento.
O antigo Presidente moçambicano, Joaquim Chissano, aponta a Covid-19 e o terrorismo, em alusão à situação em Cabo Delgado, como “os dois maiores desafios da presidência moçambicana”.
O também antigo Chefe de Estado, Armando Guebuza, diz esperar que a SADC tome maior atenção à questão que afecta o norte de Moçambique, em particular.
“Esperemos que esta SADC possa, também, continuar a olhar para estes aspectos, de maneira a permitir valorizar, ainda mais, as experiências que tem de confrontar-se com situações de insegurançae de terrorismo”, sublinha Guebuza.
Por seu lado, o antigo secretário executivo da SADC, Tomaz Salomão, é de opinião que o país deve capitalizar a sua presidência para a questão de Cabo Delgado por não ser apenas um problema de Moçambique.
“Estas questões (apoio militar) nesta organização funcionam sempre na base de pedido de apoio feito pelo país membro. Obviamente, Moçambique sendo presidente da organização há de ter a solidariedade dos outros países para que este assunto seja resolvido”, conclui Salomão.
O secretariado executivo da SADC ficou encarregue de elaborar um plano de acção de combate ao terrorismo, ataques violentos, crime cibernético e os efeitos nefastos das mudanças climáticas.
A cimeira ainda reiterou a posição de manter a configuração da brigada de intervenção na República Democrática do Congo “pelo seu apoio contínuo visando alcançar a paz e a segurança” no país.