Na sua primeira grande entrevista desde que foi eleito Presidente da República da RDC, Félix Tshisekédi declarou à RFI e ao canal de televisão France 24, que até a data ele não proibiu nenhuma manifestação no seu país. O novo chefe de Estado congolês sublinhou igualmente, que durante a marcha da oposição, inicialmente proibida pelas autoridades, que teve lugar domingo em Kinshasa e noutras regiões da RDC, não se registaram violências como no passado. Contudo, Félix Tshisekedi, deplorou que ainda haja no seu país, pessoas que confundem democracia com anarquia.
Félix Tshisekédi, assumiu a presidência da República Democrática do Congo em Janeiro, depois de um controverso processo eleitoral, durante o qual o novo chefe de Estado congolês foi acusado pela oposição de conivência com o seu antecessor, Joseph Kabila.
O opositor e ex-candidato à eleição presidencial de 30 de Dezembro de 2018, pela coligação Lamuka, Martin Fayalu, bem como os seus aliados, acusaram Tshisekedi de conivência com o seu antecessor Joseph Kabila, com o objectivo de facilitar ao último o controlo, nos bastidores, do poder em Kinshasa.
Na sua primeira grande entrevista, desde que foi eleito Presidente da RDC, Félix Tshisekédi, declarou à RFI e ao canal de televisão France 24, que o seu país encetou, a partir de Janeiro de 2019, uma nova era na qual o exercício da democracia será respeitado e os excessos que marcaram a vida política congolesa, até a data, são elementos do passado.
Referindo-se à proibida marcha de protesto, convocada no passado dia 30 de Junho pela Lamuka, coligação da oposição do qual fazem parte, para além de Martin Fayalu, o ex-Primeiro-ministro Adolphe Muzito, Moïse Katumbi e o chefe do MLC (Movimento de Libertação do Congo) Jean-Pierre Bemba, o Presidente Tshisekedi criticou implicitamente os seus antigos aliados políticos que, segundo ele, continuam a confundir democracia com anarquia.
Desde que eu sou presidente nunca proibi nenhuma manifestação. Mas tenho a impressão que algumas pessoas confundem democracia com anarquia.
Nós estamos numa alternância que historicamente decorreu de maneira positiva, por isso eu acho que é necessário preservar a paz. E é talvez isso que faz com que alguns digam, que eu sou um fantoche. Certamente que eles esperavam que houvesse violência como foi sempre o caso desde a nossa independência.
Mas desta vez eles enganaram-se porque, não haverá sangue nem violência. A situação decorrerá normalmente. Dentro em breve teremos um governo. Quando é que o teremos exactamente, eu não sei, porque as discussões estão a abordar pasta por pasta, indivíduo por indivíduo. Em suma, tudo isso avança devagar.
Não será 80%, nem também 40% para cada parte. Eu terei um direito de controlo sobre as negociações, e no que toca às nomeações.