O proprietário da Fazenda Alice, no Panguila, José Monteiro, manifestou-se indignado pelo corte da energia eléctrica ao seu empreendimento, um acto protagonizado por técnicos da Empresa Nacional de Electricidade (ENDE).
Fonte da ENDE na província do Bengo afirma que José Monteiro tem uma enorme factura que ronda os 2 milhões de kwanzas, no entanto, negociáveis.
“O corte acontece sem aviso prévio, numa altura em que nos debatemos com sérios constrangimentos financeiros decorrentes da pandemia e não só”, explica Monteiro, sugerindo que “a ENDE devia saber porque razão não estamos a honrar a tempo os nossos compromissos financeiros”.
“Fechei o restaurante, a carpintaria e a padaria trabalham à tangente. Ou seja, está no limite e se a farinha de trigo continuar a subir e passar dos 24 mil kwanzas o saco não terei outra saída, se não encerrar com todas as consequências que isso acarreta para os trabalhadores”, lamentou o agricultor que tem no Panguila mais de quatro mil fruteiras e foi dos primeiros a montar um aviário que chegou a fornecer ovos há vários supermercados de Luanda.
“Se a ENDE ‘aperta’, então eu vou mesmo paralisar”, avisa José Monteiro, esperançado, no entanto, no bom senso das autoridades, por considerar que “nesta fase de crise, o Governo devia apoiar as empresas como acontece noutras paragens do mundo, para não despedirmos mais trabalhadores”.