Portal de Angola| Osvaldo de Nascimento
Uma família queniana entrou com uma ação judicial em Chicago contra a Boeing, gigante norte-americana da aviação, devido ao acidente de aviação ocorrido a 10 de Março com a Ethiopian Airlines, onde 157 pessoas morreram.
Irmãos do engenheiro George Kabau, de 29 anos, querem que a empresa mostre os documentos e e-mails relacionados ao seu modelo 737 MAX 8, que está em terra, depois que dois grandes aviões caíram na Etiópia e na Indonésia.
De acordo com a Reuters, um relatório preliminar divulgado no início deste mês indicou que os pilotos da Ethiopian Airlines lutaram com um sistema de computador que repetidamente ordenou o nariz para baixo por causa de dados do sensor com defeito. O mesmo sistema foi o foco do relatório preliminar para o acidente da Lion Air em outubro na Indonésia, que matou 189 pessoas.
Dezenas de famílias já estão a processar a Boeing pelo acidente da Lion Air, e três processos já foram registados durante o acidente da Ethiopian Airlines, pelas famílias de dois norte-americanos, incluindo a grande sobrinha do ativista Ralph Nader, e um ruandês.
O co-fundador da Lion Air criticou na segunda-feira a manipulação dos acidentes pela Boeing.
A irmã de Kabua, Esther Kabau-Wanyoike, disse numa entrevista coletiva que queria usar a morte de seu irmão para melhorar a segurança da aviação.
“Ele não deixou nenhum filho. Minha mãe está arrasada ”, disse ela. “Podemos usar a sua morte para garantir viagens mais seguras para todos.”
A advogada norte-americana Nomi Husain, que também representa uma das famílias americanas, disse que o processo foi aberto em Chicago na noite de segunda-feira.
“Queremos deixar o processo de litígio”, disse ele. “Quando você coloca os lucros acima da segurança, você será responsabilizado e você pagará um preço.”
A Boeing disse que não comentaria o processo diretamente.
“Enquanto a investigação continua, a Boeing cooper com as autoridades investigadoras”, disse a empresa em comunicado à Reuters.
O Quênia teve o maior número de cidadãos no vôo de Adis Abeba para Nairóbi. Pelo menos 32 quenianos estavam a bordo, disse a companhia aérea na época, embora esse número possa ser maior porque alguns dos viajantes eram de dupla nacionalidade dupla e o manifesto completo ainda não foi divulgado.