Um almirante russo aposentado alega que o desastre do submarino Kursk, em 2000, foi provocado por uma colisão com um submarino da NATO, desafiando assim a conclusão oficial de que terá acontecido devido a um torpedo defeituoso.
O antigo almirante Vyacheslav Popov, que era o comandante da Frota do Norte da Rússia quando o Kursk explodiu e afundou durante manobras navais no mar de Barents, afirmou, numa entrevista, na segunda-feira, que o submarino da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) colidiu, de forma acidental, com o Kursk, quando o seguia a curta distância.
Vyacheslav Popov disse à agência de notícias estatal RIA Novosti que o submarino da NATO também ficou danificado devido à explosão e enviou um sinal de socorro, não conseguindo identificar a embarcação e reconhecendo não ter provas sustentadas para comprovar a sua afirmação.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, recusou-se a comentar a alegação do antigo comandante e apontou para a investigação oficial, que concluiu que a catástrofe foi desencadeada por uma mistura de combustíveis explosiva proveniente de um torpedo com defeito.
Vyacheslav Popov, que foi considerado culpado pela resposta lenta e desadequada à tragédia quando era comandante da Frota do Norte, já havia apontado a colisão como o principal fator, anteriormente, mas a última declaração foi mais direta e detalhada.
De acordo com a imprensa russa, dois submarinos dos Estados Unidos e outro britânico foram vistos na área perto do exercício naval russo no mar de Barents, quando o desastre do Kursk ocorreu.
A tragédia do submarino Kursk aconteceu durante manobras militares no mar de Barents, matando 118 marinheiros, em 12 de agosto de 2000.
A perda do Kursk permanece até hoje como o pior desastre de sempre da marinha russa, apesar de outros acidentes graves, como o que matou 20 marinheiros asfixiados a bordo do submarino Nerpa, no mar do Japão.
Outros acidentes fatais ocorreram nas décadas de 1960 e 1970, envolvendo submarinos, principalmente soviéticos, mas também americanos, contando entre eles o que provocou o desaparecimento do USS Thresher, com 129 pessoas a bordo, que se tornou o maior desastre com esta tipologia de embarcações até hoje.