O porta-voz da chancelaria do Irão, Abbas Mousavi, disse que o “regime” dos EUA “está transferindo descaradamente a culpa para outros” e “tem dois pesos e duas medidas na luta contra o terrorismo”.
No domingo (28), o Ministério das Relações Exteriores do Irão censurou os EUA por usar dinheiro de contribuintes para financiar “atrocidades” cometidas por membros do grupo anti-iraniano Mujahideen (MEK/MKO, na sigla em inglês), relata a agência Press TV.
Em um tweet no final do domingo (28), o ministério iraniano escreveu que a organização Mujahideen é um “culto de terror”.
MEK é, sem dúvida, um culto de terror.
A Europa é o lar desta entidade desonesta, e o dinheiro dos contribuintes americanos financiou as atrocidades deste grupo corrupto.
Ambas têm mão no massacre de iranianos inocentes perpetrado pelo MEK.
Os Estados Unidos e a Europa estavam assim ajudando e incentivando as acções da organização, afirmou o Ministério das Relações Exteriores iraniano.
No sábado (27), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Abbas Mousavi, classificou os EUA e a Europa como apoiantes dos Mujahideen e de seus crimes de terror.
Mousavi lembrou que há exactamente 39 anos, em 28 de Junho de 1981, o presidente do Supremo Tribunal da Justiça do Irão, aiatolá Beheshti, juntamente com 72 figuras de destaque, foram assassinados quando uma poderosa bomba explodiu na sede do Partido da República Islâmica do Irão, em Teerão, durante uma reunião de líderes partidários. Teerão denunciou Mujahideen pelo ataque.
O grupo tem sido responsabilizado por inúmeros ataques terroristas contra civis iranianos e funcionários do governo desde o sucesso da Revolução Islâmica no Irão, em 1979.
Em Janeiro de 2009, a União Europeia decidiu retirar o Mujahideen de sua lista de organizações terroristas.
Por sua vez, os Estados Unidos retiraram o grupo iraniano exilado de sua lista de organizações terroristas estrangeiras em 2012, com o Departamento de Estado norte-americano dizendo que Hillary Clinton, então secretária de Estado, tomou a decisão em vista da “renúncia pública do MKO à violência, a ausência de actos terroristas confirmados pelo grupo por mais de uma década”.
Na ocasião, o líder do Mujahideen em Paris, Maryam Rajavi, saudou a decisão em uma declaração, prometendo intensificar sua campanha internacional contra o governo de Teerão.
‘Dois pesos e duas medidas’
Na quinta-feira (25), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irão, Abbas Mousavi, rejeitou o relatório anual sobre terrorismo do Departamento de Estado norte-americano como “insincero”, segundo a Agência de Notícias Tasnim.
“A República Islâmica do Irão rejeita categoricamente e condena os relatórios anuais dos EUA sobre o terrorismo porque esse regime está transferindo descaradamente a culpa para outros, é totalmente insincero e tem dois pesos e duas medidas na luta contra o terrorismo”, comentou Mousavi.
O porta-voz iraniano denunciou as sanções unilaterais de Washington e o “terrorismo económico” contra o Irão como o mais recente exemplo das “medidas terroristas contra nações independentes” da administração dos EUA.
“O regime dos Estados Unidos da América, que são conhecidos como os maiores patrocinadores estatais do terrorismo e os principais patrocinadores do agressivo e ocupante regime sionista, não está em posição de afirmar estar lutando contra o terrorismo e fazer julgamentos sobre esta questão.”
Em seus Relatórios Nacionais sobre Terrorismo de 2019, o Departamento de Estado dos Estados Unidos saudou a campanha de “máxima pressão”, visando o Irão como “o pior patrocinador estatal do mundo do terrorismo”.
A declaração afirmava que Washington havia conseguido restringir algumas das actividades do Irão colocando “pressão financeira esmagadora” sobre o Irão, com uma série de novas sanções visando Teerão e suas forças em países como Líbano, Iraque e Iêmen.
Em Abril, os EUA designaram o Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica do Irão, incluindo a Força Quds, de organização terrorista estrangeira.
Teerão vem passando por dificuldades económicas desde que os EUA se retiraram unilateralmente do Plano de Acção Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) de 2015, conhecido comummente como o acordo nuclear iraniano, em 8 de maio de 2018, e reimpuseram duras sanções contra os sectores bancário e energético do Irão.
Exactamente um ano depois, Teerão anunciou que havia suspendido algumas de suas obrigações no âmbito do JCPOA, acrescentando que não quer deixar o acordo.