Nos Estados Unidos, o Supremo Tribunal anunciou nesta Segunda-feira ter rejeitado o pedido formulado em Outubro pelos advogados de Donald Trump para manter confidenciais as suas declarações de impostos, o que autoriza a justiça de Nova Iorque a continuar a investigar sobre as suspeitas de fraude fiscal que recaem sobre o antigo presidente americano.
Depois de várias reviravoltas em todas as instâncias judiciais possíveis, esgotou-se ontem o último recurso de Trump na sua tentativa de impedir a justiça de Nova Iorque de aceder às suas declarações fiscais, Trump tendo sido o único presidente americano a recusar a total transparência sobre os seus rendimentos.
Reagindo a esta notícia, Cyrus Vance Jr., o procurador de Manhattan que investiga há 3 anos sobre as finanças de Trump, declarou que “o trabalho continua”. Por seu turno, em comunicado, Trump voltou a denunciar uma «caça às bruxas».
Contudo, a empresa que administra as finanças do magnata do imobiliário já informou que o Ministério Público de Manhattan vai receber em breve todos os seus documentos fiscais.
Recentemente absolvido durante o segundo processo de destituição que enfrentou, os problemas judiciais de Trump não terminaram. O antigo presidente americano é suspeito pela justiça de Nova Iorque de ter cometido fraudes fiscais e bancárias ainda antes da sua chegada à Casa Branca em 2017.
A procuradoria de Nova Iorque está a analisar em particular a possibilidade de crimes de falsificação de registos, fraude fiscal ou fraude de seguros por parte da Organização Trump, o procurador Cyrus Vance tendo pedido, neste sentido, o acesso aos registos contabilísticos da empresa Mazars USA e às declarações de impostos de Trump dos últimos oito anos.
Além deste aspecto, a procuradoria-geral de Nova Iorque, está igualmente a conduzir um inquérito sobre quatro projectos imobiliários da Organização Trump e uma tentativa fracassada de comprar a equipa de futebol americano Buffalo Bills, casos que, para já, não são processos criminais.
Paralelamente, o ex-presidente dos Estados Unidos está igualmente a ser investigado na Geórgia sobre as suas alegadas tentativas de influenciar as operações eleitorais naquele estado, no intuito de obter argumentos para contestar a sua derrota nas presidenciais do passado mês de Novembro.