Os EUA consideram que a Suécia já tomou as medidas necessárias para que a Turquia levante as objeções à sua adesão à NATO, mas será que Ancara vai ceder até à cimeira de Vilnius, em julho?
Os Estados Unidos instaram a Turquia a aprovar a adesão da Suécia à NATO.
O Secretário de Estado, Antony Blinken, afirma que “chegou o momento” de o país do norte da Europa aderir à aliança.
A Suécia e a vizinha Finlândia começaram a pedir a adesão à NATO no ano passado, após a invasão total da Ucrânia pela Rússia. Finlândia já entrou na Aliança Atlântica; a Suécia é alvo da resistência da Turquia e da Hungria, que ainda não ratificaram a adesão do país.
Antony Blinken, Secretário de Estado dos EUA diz: “Na perspetiva dos Estados Unidos, chegou o momento de finalizar a adesão da Suécia. Mais uma vez, o país tomou medidas muito significativas para responder a preocupações muito legítimas e penso que, em termos das suas próprias qualificações para a adesão desde o primeiro dia, [a Suécia] estava qualificada”.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que foi reeleito para um novo mandato de cinco anos no domingo, após uma campanha em que prometeu enfrentar o ocidente, acusa a Suécia de ser um paraíso para os terroristas.
Erdogan chama à Suécia um refúgio para “terroristas”, especialmente membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), ilegalizado por Ancara.
Washington e a NATO continuam a acreditar que a Suécia poderá hastear a sua bandeira de adesão, tal como a Finlândia, antes da cimeira da NATO em Vilnius, em julho.
Mas poderá não ser assim tão simples. A Turquia apelou na terça-feira à Suécia que processe os responsáveis pela projeção da bandeira de um grupo ilegal no edifício do parlamento em Estocolmo, no dia das eleições turcas que prolongaram o mandato de Erdogan.
Segundo um porta-voz do parlamento sueco, várias pessoas projetaram mensagens no edifício da capital sueca no final do dia de domingo, acrescentando que não tinha qualquer documentação sobre o que foi projetado.
As imagens partilhadas pela primeira vez no Twitter pelo chamado Comité de Solidariedade Sueco para Rojava – uma referência às regiões curdas da Síria – projetam uma bandeira do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) no edifício do parlamento.
Outra imagem partilhada pela conta inclui um texto que diz “Liberdade para Ocalan”, referindo-se ao líder do PKK, Abdullah Ocalan, que se encontra preso, e é considerado “inimigo público” pelo regime de Erdogan.