Os principais conselheiros do presidente dos EUA, Joe Biden, estão divididos sobre até que ponto aumentar o escrutínio ambiental das licenças para transportar gás natural liquefeito (GNL) para o estrangeiro, já que empresas e grupos industriais alertam que isso poderá retardar o desenvolvimento de novos terminais de exportação.
Funcionários do governo que apoiam uma abordagem mais dura argumentam que isso é importante tanto do ponto de vista climático quanto político, e estão preocupados com o fato de os EUA já terem autorizado o fluxo de muito gás natural para o exterior.
Biden já alienou alguns eleitores jovens preocupados com o clima com a aprovação de novos projetos de GNL. O eleitorado mais jovem passou a ver os projetos multibilionários de exportação de gás natural liquefeito como um teste ao compromisso do presidente na luta contra as alterações climáticas.
Mesmo assim, a questão é complexa — atravessa uma miríade de interesses geopolíticos, nacionais e outros. Biden prometeu fornecer mais gás natural à Europa após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Os EUA são agora o maior exportador de GNL do mundo e qualquer mudança na política poderia ter consequências de longo alcance para a indústria. Os consultores levantaram preocupações sobre o risco económico.
O aumento do escrutínio climático poderia colocar em risco bilhões de dólares em novos projetos de exportação que aguardam a aprovação do Departamento de Energia.
No geral, os principais conselheiros estão amplamente alinhados quanto à necessidade de fazer mudanças – especialmente depois de os EUA e quase 200 outras nações se terem comprometido em dezembro na COP28 a abandonar os combustíveis fósseis. As linhas de falha dizem respeito ao quão agressivo deve ser. Aqueles que pressionam por medidas menos drásticas invocaram a invasão da Ucrânia pela Rússia, ao mesmo tempo que defendem a adopção de uma abordagem que resolva a questão climática e preserve um recurso económico dos EUA.
Um memorando de decisão presidencial sobre o assunto é esperado nas próximas semanas. Uma opção poderia ser uma regulamentação formal do Departamento de Energia que poderia exigir uma revisão ambiental federal robusta dos projectos de exportação de GNL e das suas potenciais emissões de gases com efeito de estufa ao longo do ciclo de vida.
A perspetiva desencadeou uma onda de lobby, à medida que as empresas de gás e gasodutos alertam a Casa Branca de que uma pausa nas aprovações de exportação de GNL prejudicaria os benefícios climáticos da utilização do gás natural americano para substituir o carvão em centrais elétricas em todo o mundo.
Mesmo sem regulamentação formal, uma revisão poderia ser usada para justificar uma pausa na tomada de decisões sobre as aplicações existentes de exportação de GNL – potencialmente até depois das eleições presidenciais de 5 de novembro.
Os ambientalistas alertaram contra a expansão de novas infra-estruturas de gás natural que, segundo eles, prolongarão durante décadas a utilização desse combustível fóssil, que queima de forma mais limpa do que o carvão, mas que, no entanto, contribui para as alterações climáticas.
Por Editor Económico
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