Angola registou, nos últimos cinco anos, melhorias substanciais no domínio da mortalidade materna institucional, ao passar de 377 para 104 por 100 mil nascidos vivos.
O dado foi avançado quinta-feira, em Nova Iorque, Estados Unidos da América, pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, para quem esta realidade se deve aos investimentos feitos em infra-estruturas de saúde.
Conforme a governante, que falava numa reunião sobre Cobertura Universal de Saúde: Expandindo a nossa ambição de saúde e bem-estar num mundo pós-Covid-19, o país construiu, nesse período, 163 novas unidades sanitárias.
Segundo a titular da pasta da Saúde, que integra a delegação angolana no Debate da 78.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, o Executivo fez fortes investimentos a nível dos cuidados de saúde primários.
Para acompanhar este investimento e garantir a sua eficiência, precisou, foram enquadrados nos serviços públicos 41 mil 93 novos profissionais, um incremento de 40% do total da força de trabalho.
Afirmou que estes investimentos permitirão aumentar o acesso e a capacidade resolutiva no Sistema de Saúde, e sublinhou o facto de tudo isso refletir-se na melhoria dos indicadores de saúde materno-infantil
De acordo com a ministra, as estimativas da Divisão de Estatísticas das Nações Unidas, no período de 2015 a 2020, apontam para a redução significativa da taxa de mortalidade em menores de 5 anos.
Em concreto, afirmou Sílvia Lutucuta, Angola saiu, no período em referência, de 175 para 75 casos de mortalidade em cada mil nascidos vivos.
Disse que o país investiu também na introdução de novas tecnologias, nomeadamente em equipamento de cadeia de frio alimentado por energia solar, plataformas digitais para a gestão da logística e das intervenções de saúde pública, telemedicina e telesaúde, para aumentar a prestação de cuidados de saúde em áreas remotas.
A isenção de taxas aduaneiras na importação de medicamentos e produtos médicos, e o agravamento de taxas para o tabaco, bebidas espirituosas e açucaradas constituem igualmente, conforme a governante, parte das medidas que o país adopta para optimizar e aumentar os recursos financeiros para o sector.
Contudo, Sílvia Lutucuta assumiu que o acesso da população aos serviços de saúde é ainda limitado, permanecendo barreiras financeiras, geográficas, socioculturais e de organização que limitam o acesso às pessoas, principalmente das áreas rurais e das periurbanas.
Noutro domínio, disse que o Governo trabalha para aumentar, a curto e médio prazos, o orçamento do sector, a fim de assegurar o direito à saúde à população.
Por isso, afirmou, o Governo de Angola expressa o seu apoio à Declaração Política sobre a Cobertura Universal de Saúde a ser adoptada na Assembleia-Geral e reconhece a saúde como um factor incontornável do desenvolvimento global sustentável e de justiça social.
Afirmou que o país está profundamente comprometido com a missão das Nações Unidas em promover a paz, o desenvolvimento e a cooperação internacional, procurando responder, de forma pertinente, eficaz e holística, aos desafios do sector social.
Reconheceu que o fortalecimento do sistema de saúde, particularmente dos cuidados de saúde primários centrados nas pessoas e que respondam às suas necessidades, desempenha um papel critico para o alcance da cobertura universal de saúde.
“Reconhecemos igualmente que, ao fortalecer os Cuidados de Saúde Primários, estaremos mais bem preparados e resilientes para respondermos com eficiência e eficácia às emergências de saúde pública e às catástrofes naturais”, concluiu.
O Debate Geral da 78ª Sessão da Assembleia-Geral da ONU, do qual participou o Presidente angolano, João Lourenço, termina a 26 deste mês, em Nova Iorque.