O governo etíope anunciou que vai abrir uma investigação conjunta com a Arábia Saudita, depois da publicação do relatório da Human Rights Watch, que acusa os guardas de fronteira saudita de terem matado “centenas de migrantes etíopes entre Março de 2022 e Junho de 2023″.
“O governo etíope vai investigar o incidente em colaboração com as autoridades sauditas”, anunciou o ministério dos Negócios Estrangeiros num comunicado publicado na rede social X, antigo Twitter. “Neste momento crítico, é fortemente recomendado que exerçam a máxima contenção e se abstenham de fazer declarações desnecessárias até que a investigação esteja concluída”, acrescentou o ministério, assegurando que “os dois países, apesar desta infeliz tragédia, têm uma relação longa e excelente”.
No relatório de 73 páginas, a HRW baseia-se em entrevistas feitas a 38 migrantes etíopes, que tentaram entrar na Arábia Saudita vindos do Iémen, imagens de satélite, vídeos e fotografias publicadas nas redes sociais “ou recolhidas de outras fontes”.
Os entrevistados descreveram o uso de “armas explosivas” e de tiros à queima-roupa, com os guardas de fronteira sauditas a perguntar aos etíopes “em que parte do corpo eles prefeririam levar tiros”.