O relatório “O impacto da Covid-19 nas pessoas vivendo com VIH/SIDA em Angola”, lançado na quinta-feira, 29, em Luanda, conclui que consequências económicas e sociais afectaram muito a qualidade de vida dos portadores da doença no país.
O documento da organização não governamental Acção Humana aponta que muitas pessoas que vivem com o VIH/SIDA em Angola sobrevivem da caridade e da solidariedade de familiares, enquanto 46,9% delas vivem do salário.
Por outro lado, a inflação dos preços dos alimentos, os parcos recursos obtidos por via da venda nos mercados e a dependência de terceiros contribuem negativamente para a sustentabilidade do tratamento, já que o mesmo demanda uma alimentação equilibrada e saudável.
“Pelo menos cerca de 3%, da população vivendo com VIH/SIDA, na zona leste do país, vêm a Luanda fazer tratamento”, indicou Pombal Maria, secretário geral daquela organização.
Pombal afirma que com a divulgação deste estudo, o Executivo angolano pode encontrar melhores políticas para solucionar os problemas dessa franja da sociedade angolana
“É importante realçar que nós não temos cultura de fazer estudos, de fazer pesquisa com base em evidências. Esta é uma das grandes contribuições para que possa mobilizar os grandes decisores políticos às comunidades para respostas ao VHI/SIDA em Angola”, espera aquele responsável.
O documento conclui ainda que os portadores da doença tiveram enormes dificuldades para levar adiante a sua rotina de tratamento e consequentemente de acesso aos recursos económicos e financeiros para a sustentabilidade do tratamento.
Por conseguinte, com “os resultados e inferências captados pelo presente estudo aconselha-se a realização de estudos sobre o estigma e descriminação que ajudam as instituições e a sociedade civil na implementação de projectos em tempo real para melhorar a resposta a muitos dos problemas que afligem as pessoas vivendo com VIH/SIDA”.