Com o reinício das aulas no ensino superior, o Ministério da Educação pede o empenho de todos para “recuperar o tempo perdido” e anunciou que os estudantes perderam 14 semanas lectivas.
A entidade ministerial, num comunicado, deseja que o retorno das aulas não sofra outra suspensão.
Evandra Fortunato, estudante da Universidade Agostinho Neto (UAN), diz que a paralisação das aulas trouxe para os estudantes graves consequências e teme que o pior aconteça.
“Não estamos a cumprir com o que consta da grelha curricular e os professores agora estão a dar matérias de forma bruta e não temos tempo para assimilar a matéria ”, conta.
Ladislau Silva, outro estudante, diz que uma das grandes consequências destas paralisações no ensino superior é que “não teremos uma formação sólida, infelizmente”.
Para Odete Malundo, outra estudante da UAN, esta situação acarreta consigo um mar de incertezas para a vida dos estudantes.
“As consequências são várias, inclusive de fórum psicológico, e traz para os estudantes varias incertezas”, reiterou.
Retoma da greve
O secretário-geral do Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (SINPES), Eduardo Peres Alberto, avançou, sem gravar entrevista, que a suspensão da greve por 30 dias, entre 5 de Abril e 5 de Maio próximo, foi deliberada em assembleia, mas a mesma pode ser retomada caso as autoridades não aceitem a nova proposta salarial.
Para Francisco Teixeira, presidente do Movimento dos Estudantes Angolanos, as revindicações dos professores são legitimas, mas a greve tem afectado gravemente a vida dos estudantes universitários no ensino público.
“Do ponto de vista psicológico e do ânimo, os estudantes estão bastante em baixo”, afirmou Teixeira.
Refira-se que o Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (Sinpes) rejeitou uma proposta de aumento salarial de 6% aparentemente feita pelo Executivo.