Os estudantes da Universidade Lusófona da Guiné-Bissau exigiram, hoje, 16, a demissão da Ministra da Educação Nacional Maria Odete da Costa Semedo na sequência da decisão do Governo em mandar suspender três cursos naquela instituição universitária. Os estudantes mostraram a sua revolta hoje numa manifestação ao longo da avenida principal da capital sob um expressivo cordão policial.
O braço-de-ferro entre a reitoria da Universidade Lusófona da Guiné-Bissau e o Ministério da Educação Nacional continua depois de o Governo ter ordenado o encerramento de três cursos, nomeadamente Direito, Enfermagem Superior e Engenharia Informática, por alegada falta condições materiais e cientificas.
A universidade alega que o argumento é falso porque a decisão está carregada de má-fé por parte da ministra da Educação.
Hoje, os estudantes decidiram soltar a voz para sublinhar que “tudo não passa de uma campanha de difamação contra a Universidade Lusófona da Guiné, com o propósito de potenciar a estatal Amílcar Cabral”.
Durante a marcha, centenas de estudantes, no universo de cerca de cinco mil alunos que fazem parte desta instituição universitária, percorreram a avenida principal da capital guineense.
Não foram recebidos na Sede do Governo, mas foram acolhidos na Assembleia Nacional Popular e na Presidência da República.
Na Presidência da República expuseram a pretensão de ver a Ministra da Educação nacional fora do Governo, segundo Julião Biagué, presidente da Associação Académica da Universidade.
Os estudantes prometem ainda sair à rua, até que as suas exigências estejam atendidas. Já no dia 25 de Março próximo, dia em que se vai ter lugar a tão falada e esperada Mesa redonda, em Bruxelas, prometem ir à sede da União Europeia para testemunhar a situação.
O presidente do Movimento Patriótico, José Paulo Semedo, na oposição, que acompanhou a manifestação, disse que o Estado deve analisar cautelosamente o interesse dos estudantes.
O Ministério da Educação Nacional mantém a posição de encerar cursos e outros centros de formação, que, segundo Governo, não reunir condições para continuar a funcionar. (voa.com)
por Lassana Casamá