Estudantes da Universidade Kimpa Vita, na cidade do Uíge, província angolana do mesmo nome, protestam nesta terça-feira, 23, pelo segundo dia consecutivo contra o elevado índice de reprovações, recursos, taxa de emolumentos e alegadas injustiças que dizem ser alvo.
O protesto começou ontem e, apesar da chuva que caía, os estudantes ergueram a sua voz contra o decreto presidencial que regula a taxa de emolumentos no ensino superior.
“Como é que numa turma de mais de 100 alunos, às vezes dois estudantes aprovam e todos outros vão ao recurso, como é possível? Há estudantes que repetem três vezes a mesma cadeira, há docentes que lecionam três cadeiras, será que é só ele que sabe? Ou é egocentrismo?”, questionou Nsimba André, um dos manifestantes.
Helson António, um dos organizadores, destaca a presença de estudantes das faculdades de Direito, Economia e Engenharias e aponta o dedo ao decreto.
“Recurso agora são cinco mil kwanzas, imaginem que há estudantes que vão ao recurso com quatro cadeiras, totalizando 20 mil kwanzas, onde é que vamos tirar esse dinheiro todo? Esse decreto está a ser aplicado num momento não apropriado”, criticou Helson António.
António, no entanto, destacou que a marcha decorreu sem sobressaltos, mas que a organização não obteve qualquer resposta da reitoria da universidade e por isso os protestos continuam até que o problema seja resolvido.
A VOA tentou ouvir a versão da reitoria da universidade Kimpa Vita, mas sem sucesso.